Solenidade de Todos os Santos B
«O pecador estende a mão ao santo, dá a mão ao santo, porque o santo dá a mão ao pecador. E juntos, um ajudando o outro, um puxando o outro, sobem até Jesus.» (Charles Péguy)
O dia de Todos os Santos é uma recordação da vocação universal à santidade. Os cristãos, pelo batismo, são filhos de Deus, chamados a estar no mundo com a consciência de que a sua pátria está no Céu. A santidade não é um privilégio de alguns, mas um desafio para todos, de modo a assumir o caminho de transformação e de conversão permanente.
1 - O livro do Apocalipse com as suas imagens escatológicas e simbólicas oferece uma leitura concreta para a vida dos cristãos. A história humana é marcada pelo absurdo e pelos abusos e apenas a fé e a esperança oferecem caminhos de sentido para a humanidade. As túnicas brancas representam a necessidade da comunhão com Deus em tudo aquilo que se vai vivendo.
2 - A fé em Cristo é fomentadora de uma vida diferente, de um mundo diferente. Deste modo, reconhecendo a comunhão com Deus no meio da fragilidade, os cristãos são chamados a iniciar a “revolução do amor”, procurando renovar o mundo a partir da fraternidade e da compaixão.
3 - As Bem-Aventuranças oferecem um convite para que os cristãos se assumam como o novo de Israel. Se Moisés deu ao povo os Mandamentos, Jesus oferece aos seus discípulos um caminho de santidade superior e mais perfeito. Deste modo, os discípulos são convidados a descobrir a felicidade em viver honestamente, praticar a justiça e a integridade de vida que abra o seu coração ao outro. Este caminho de abertura e comunhão a Deus que possibilite a misericórdia e compaixão mútuas.
4 - Somos frágeis e pecadores, mas os santos venerados e desconhecidos oferecem a todos um desafio de aperfeiçoamento e superação das fragilidade e dos pecados. Vivendo num mundo difícil e injusto, aspirando às coisas do alto, assume-se a comunhão com o Senhor como um desafio em todos os momentos, mesmo nos mais complicados.
5 - «Sempre desejei ser santa, mas pobre de mim!, verifiquei sempre, ao comparar-me com os santos, que entre eles e mim há a mesma diferença que existe entre a montanha cujo cimo se perde nos céus e o obscuro grão de areia calcado aos pés porque passa; em vez de desanimar, disse para comigo: Deus não poderia inspirar desejos irrealizáveis, posso portanto aspirar à santidade apesar da minha pequenez; acrescentar-me, é impossível, tenho de me suportar tal como sou com todas as imperfeições; mas quero encontrar maneira de chegar ao Céu por um caminhito muito direito, muito curto, um caminhito inteiramente novo.» (Santa Teresa de Lisieux, História de uma alma, manuscrito C)
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