terça-feira, 30 de junho de 2020

«Quem é este homem, que até o vento e o mar Lhe obedecem?»

(Am 3, 1-8.4, 11-12; Mt 8, 23-27)

"Quem é este homem?" É uma pergunta repetida vezes sem conta pelos discípulos ao longo dos Evangelhos e ainda mais pelos discípulos que se deixam interpelar pela pessoa de Jesus Cristo ao longo deste dois mil anos de caminhada desde a Sua Incarnação. Uma pergunta feita num contexto especial, pouco depois de clamarem ajuda na luta contra a tempestade, se é verdade que clamavam por ajuda faziam-no por instinto, porque estavam assustados... 
Ao mesmo tempo que impressiona a forma como os discípulos se agarram a Cristo num momento de medo e de falta de fé, também é verdade como essa confiança coabita com um profundo desconhecimento da pessoa de Cristo. Clamam por ajuda ajuda, sem saber bem a quem! 
Quando os nossos barcos começam a abanar com as tempestades da vida, naqueles momentos em que a nossa fé parece titubear e andar à deriva, o Senhor permanece presente e, de maneira extrema, podemos sentir a proximidade e o carinho, descobrindo como provoca bonança na nossa vida. Podemos vacilar, mas cumprindo os desejos do profeta Amós, sempre olhemos aos pequenos pormenores onde Deus se faz presente e nos convida a sentirmo-nos filhos muito amados, de modo a caminharmos na esperança... 

Para rezar a Palavra Divina... 

Jesus, sei que, nas tempestades da vida, navegas comigo no meu barco. Contudo, quantas vezes entro em pânico, convencendo-me de que estou sozinho, abandonado por Deus e pelos homens. É a fé que me salva. Aumenta-a em mim! Ajuda-me a recuperá-la sempre que entro em crise de confiança. Tu estarás sempre comigo. Quero estar sempre contigo, remando contra o desânimo e o cansaço. Revigora, Senhor, as minhas forças e renova o meu entusiasmo pelo teu reino. 
(Evangelho Diário 2020)

segunda-feira, 29 de junho de 2020

«Quem dizem os homens que é o Filho do homem?»

(At 12, 1-11; 2 Tm 4, 6-8.17-18; Mt 16, 13-19)

Dizer que somos cristãos não significa que conheçamos plenamente a pessoa de Jesus Cristo, aliás, será afirmar sempre o contrário dessa certeza. Tal como nas relações amorosas e de amizade se torna essencial a descoberta e a caminhada em aberto para que a outra parte nos estimule e nos fortaleça ao longo da caminhada da vida, também a mesma abertura ao mistério nos alimenta ao longo da vida de fé. 
Celebrar os apóstolos Pedro e Paulo recorda-nos como a pessoa de Cristo nos vai fortalecendo de maneira diversa ao longo da vida, conforme as nossas dificuldades e os nossos anseios. Pedro foi fortalecendo a sua caminhada no ímpeto da sua personalidade rude e forte, desde o momento em que pensa que tudo conhecida (Evangelho do dia), à negação, perseguição (1ª Leitura), anúncio do Evangelho e o martírio na cidade de Roma. Paulo foi sendo influenciado pela pessoa de Jesus Cristo desde os momentos em que era um feroz perseguidor, passando pelo anúncio às comunidades judaicas e a abertura espantosa aos pagãos, culminando no martírio em Roma. 
Nenhum caminho é igual, estes homens tiveram as suas diferenças mas são as colunas da Igreja porque um só é o seu centro, Jesus Cristo. Seria bom que, usando o exemplo dos apóstolos e a sua intercessão, nos mantenhamos ligados a Cristo Jesus para que tudo se em nós se transforme em amor e se molde a partir do Evangelho... 

Para rezar a Palavra Divina… 

Em dia de São Pedro e São Paulo, espanto-me, Jesus, com a forma como escolheste estes homens para a missão de cristianizar o mundo. Apesar de Pedro Te ter negado, apesar de Paulo Te ter perseguido. Pensando nas maravilhas de Deus, dou-Te graças por também me chamares a ser grande na fidelidade ao teu chamamento e à missão que me dás de ser apóstolo da misericórdia. 
(Evangelho Diário 2020)

Dia de São Pedro e São Paulo

Oração a São Pedro

São Pedro apóstolo, por Jesus eleito para ser o rochedo sobre o qual se havia de construir a verdadeira Igreja, abençoai o Papa, os Bispos e os cristãos do mundo inteiro. Concedei-nos uma fé autêntica e um grande amor à Igreja. Ámen. 

Oração a São Paulo

São Paulo apóstolo, pregador do Evangelho a todos os povos, abençoais e ajudai os missionários que divulgam a Boa Nova, principalmente os consagrados que têm a missão de anunciar o Evangelho através dos Meios de Comunicação Social. Concedei-nos a todos ser testemunhas do Evangelho para que chegue a toda a parte o reino de Cristo. Ámen. 

(O livro das minhas orações, Paulus, 2015)

domingo, 28 de junho de 2020

13º Domingo do Tempo Comum A - Rezar o Domingo

A radicalidade para com a pessoa de Cristo não nos deve assustar mas animar, porque Deus não olha para o ser humano em busca de grandes obras, mas de pequenos gestos que transformem a vida dos seres humanos… A partir deste dia quase que poderíamos dizer que o Evangelho pode ser resumido no oferecimento de um copo de água fresca… 

Não sou digno de Ti, 
porque não deixo que sejas o primeiro, 
o único, o principal da minha vida. 
Não sou digno de Ti, 
porque não partilho, não me dou, 
não Te acolho naquele que precisa de mim.
Não sou digno de Ti, 
porque não aceito a cruz, não sigo as tuas pegadas, 
não estou totalmente disposto a perder-me por Ti. 
E Tu abraças-me e ofereces-me de beber… 
(Sementes do Evangelho, Ano A)

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: «Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim, não é digno de Mim. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não é digno de Mim. Quem encontrar a sua vida há-de perdê-la; e quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la. Quem vos recebe, a Mim recebe; e quem Me recebe, recebe Aquele que Me enviou. Quem recebe um profeta por ele ser profeta, receberá a recompensa de profeta; e quem recebe um justo por ele ser justo, receberá a recompensa de justo. E se alguém der de beber, nem que seja um copo de água fresca, a um destes pequeninos, por ele ser meu discípulo, em verdade vos digo: Não perderá a sua recompensa».

Rezar a Palavra Divina… 

Senhor, concede-me estar sempre atento às experiências que colocas no meu caminho e me pedes para viver, pois será sempre um novo desafio a desconstruir tudo quanto defini como certo. Como bom Pai que és, pedes-me para estar atento ao que é novo, para não me acomodar a preconceitos e situações rotineiras. Queres sempre mais de mim, queres que uma vida gasta por amor, mas Tu estarás sempre presente para me ajudares a recomeçar. 
(Evangelho Diário 2020)

Viver como cristãos é muito mais do que dizermos "Senhor, Senhor" mas vivermos um desafio de cumprirmos as exigências do Baptismo… Peçamos a Deus a graça de não nos acomodarmos, de modo a termos a coragem de assumir a nossa Cruz em todos os momentos da vida… 
(Pai Nosso, Avé Maria, Glória)

sábado, 27 de junho de 2020

13º Domingo do Tempo Comum A

13º Domingo do Tempo Comum A

Cristo é exigente, obriga-nos a pensarmos na nossa vida e na forma como encaramos a nossa relação com o mundo e com os outros. Seguir a Cristo é um exercício que vai para além de ideias, teorias ou morais, assume-se como adesão à Sua pessoa, querendo que Ele transforme a maneira como se encara a vida e os problemas. Entregar o nosso coração a Cristo plenamente abre-nos ao irmão como rosto e presença do Senhor na nossa vida.

1 – A nossa união a Jesus Cristo é profunda. Como diz S. Paulo na Epístola aos Romanos, a partir do Baptismo surge um vínculo tão forte que nada pode destruir. O grande problema é que vivemos o dia-a-dia a partir do antagonismo do ganhar/perder. Optando verdadeiramente pela pessoa de Jesus recusa-se a noção do que é perder e ganhar, porque aquilo que se perde nem sempre é perdido e torna-se uma grande vitória.

2 – Daí que se apresente o exemplo do acolhimento, pois quando se vive na oferta, opta-se por um caminho de obtenção de um bem maior. Cada pessoa deve ir ao encontro das necessidades dos outros e não apenas das necessidades próprias. Tornarmo-nos dignos de Cristo é vivermos na ousadia de nos pautarmos pela Sua Pessoa pela Sua entrega, por um amor que vai até à Cruz e ao incompreensível, um momento que passa da maior derrota de todas para a vitória gloriosa sobre a morte que oferece vida aos Seus discípulos.

3 – As famílias e as nossas relações são importantes, mas devem ser aprofundadas na criação de uma relação forte com Cristo. Tornamos Cristo membro da nossa família e da nossa vida revigora a nossa relação com os outros, na necessidade de sermos mais justos e fraternos. Acima de tudo, somos convidados a viver uma vida gasta por amor, onde Cristo tenha um lugar especial, em que sejamos capazes de O acolher, não só de maneira espiritual, mas também na fraternidade e caridade, reconhecendo o Seu rosto junto dos nossos irmãos.

4 – O que é que significa tomar a nossa cruz? Estamos habituados a pensar em grandes gestos e Cristo fala-nos de pequenos, a entrega de um simples copo de água fresca. Toda a nossa relação com Cristo, toda a santidade pode caber num pequeno copo de água oferecido, porque Deus olha para o coração. O verdadeiro amor é mais do que afetivo, é efetivo, vivido de pequenos gestos de entrega e de acolhimento.

28/06/2020 - Avisos Paroquiais

Caparrosa 

Quarta-Feira, 01 →  20:30h – Eucaristia em Paranho de Besteiros

Quinta-Feira, 02  → 20:30h – Eucaristia em Caparrosinha

Sexta-Feira, 03 → 20:30h – Eucaristia na Igreja Paroquial (1ª Sexta-Feira do mês de Julho)

Sábado, 04 → 20:00h - Eucaristia Vespertina em Paranho de Besteiros

Domingo, 05 → 9:30h - Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial

                         15:00h – Eucaristia em Caparrosinha 

Observações: 


Silvares 

Terça-Feira, 30 →  19:30h – Eucaristia no Carvalhal da Mulher

 Domingo, 05 →  8:30h – Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial 


Observações: 


Vilar 

Quarta-Feira, 01 → 19:30h – Eucaristia na capela da Sra do Rosário (Aldeia de Vilar)

Sexta-Feira, 03 → 19:45h – Eucaristia na Igreja Paroquial (1ª Sexta-Feira do mês de Julho)

Sábado,  04 → 19:00h – Eucaristia Vespertina na Igreja Paroquial

Domingo, 05 → 11:30h – Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial


Observações:


Mosteiro

Sexta-Feira, 03 → 19:00h – Eucaristia na Igreja Paroquial

Domingo, 05 → 10:30h – Eucaristia Dominical no Sr dos Aflitos 


Observações:


Sábado 12ª Semana do Tempo Comum

A liturgia não diz «eu», mas diz «nós», excepto nos casos excepcionais em que a acção litúrgica exija expressamente o singular (como por exemplo quando se trata de uma declaração de vontade pessoa, ou em determinadas orações do bispo, presbítero, etc.). A liturgia não é obra do indivíduo, mas da totalidade dos fiéis. Esta totalidade não resulta apenas das pessoas que se encontram na igreja em determinado momento, e também não é apenas a «assembleia« reunida. Ela ultrapassa todos os limites do tempo, enquanto comunidade que ora na terra se sente uma só coisa com os bem-aventurados que vivem na eternidade. Contudo a nota de universalidade ainda não esgota o conceito de comunidade litúrgica. O sujeito que realiza a acção litúrgica da oração, não é simplesmente o total de todos e cada um dos participantes movidos pela mesma fé. É o conjunto dos fiéis, mas enquanto a sua unidade tem um valor autónomo, independentemente da quantidade dos crentes que a forma. Numa palavra: a Igreja
(Romano Guardini, O Espírito da Liturgia)

Rezar a Palavra Divina (Mt 8, 5-17)...

Dá-me, Senhor, a tua luz para que eu saiba louvar e dar lugar no meu coração às pessoas com quem partilho a minha vida. Dá-me força para ajudar aqueles que mais necessitam de mim e coragem para não desistir perante os poderes estabelecidos na sociedade. 
(Evangelho Diário 2020)

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Como toco o meu irmão?

(2 Rs 25, 1-12; Mt 8, 1-4)

A vida humana é feita de toques, sejam eles físicos ou afetivos… Sermos tocados, não com a força agressiva de quem vive no ódio e violência, significa sermos amados e acarinhados pelos demais. Este toque afetivo e carinhoso era negado àqueles que padeciam de lepra, com medo de que a doença se propagasse e contaminasse a comunidade (uma verdadeira analogia ao que vivemos nos dias de hoje, nesta pandemia de COVID-19). 
Cristo ensina-nos que o maior milagre encontra-se no toque, isto é, na forma como deixamos que Deus nos toque e como tocamos todos aqueles que nos rodeiam, e quantos milagres poderíamos fazer sem gestos espantosos. Cristo dá um verdadeiro testemunho de amor extremo tocando aquele que está doente de lepra, procurando fazer com que aquele homem se sinta pessoa, se sinta amado por Deus, apesar da doença e da forma abjeta com que era tratado pela sociedade do seu tempo. A compaixão e o cuidado pelo outros é um exercício contínuo para derrotarmos o egoísmo reinante no nosso coração, num esforço por devolver dignidade e humanidade. 
Para abrirmos o nosso coração para a compaixão e a luta contra o egoísmo temos de fazer um caminho inverso ao do rei Sedecias, procurando pensar nos critérios divinos e não tanto nos critérios e perspetivas humanas, abandonando a teimosia, de modo a caminharmos na esperança. 

Para rezar a Palavra Divina… 

«Jesus, estendendo a mão, tocou-o». Quantas pessoas têm o dom de estender a mão e fazer a diferença na minha vida. Hoje, Jesus, dou graças por tantos e tantas que dão verdadeiro testemunho do teu amor. Que o seu exemplo me inspire e motive a ser cada dia mais para Ti, transparecendo a alegria que brota de quem segue o teu exemplo. 
(Evangelho Diário 2020)

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Quem é o meu apoio?

(2 Rs 24, 8-17; Mt 7, 21-29)

A vida é feita de altos e baixos, de avanços e recuos. A leitura do livro dos Reis retrata um verdadeiro recuo, mas é caminho para um avanço, para um crescimento na relação entre o povo e Deus. 
Depois da infidelidade para com Deus, da consequente queda de Jerusalém e da deportação para a Babilónia, o povo viverá um dos momentos mais dolorosos da sua história coletiva, época negra e de choro, mas que acabar por ser uma época de reconstrução da consciência nacional e da redescoberta de uma nova forma de viver a fé (surgem as sinagogas que aproximam Deus de cada pessoa). Para tudo é necessário reconhecer as quedas e as derrotas para que saia mais forte, porque Deus está lá sempre, pacientemente à espera que lhe entreguemos o coração plenamente. 
Trata-se de construir uma vida com bases e raízes profundas. A grande tarefa diária está na construção de uma relação profunda com Cristo (o povo de Israel demorou 70 anos de exílio para perceber isso), construindo uma casa na rocha que Ele é, de tal forma que as tempestades e pandemias não tenham a última palavra. 
O caminho para essa construção encontra-se na escuta e na vivência da palavra divina, já que escutar é muito mais do que ouvir, mas é configurar a vida com Cristo. Viver a fé é muito mais do que andarmos num ativismo febril, gritando a montes e vales "Senhor, Senhor", pois somos chamados a caminhar com um sentido, pensando realmente e em todos os momentos: quem é o meu apoio?

Para rezar a Palavra Divina… 

Abre os meus ouvidos à tua palavra, Senhor, para que transforme o meu projeto de acordo com a tua vontade. Só por mim e seguindo as minhas próprias orientações, não serei capaz de edificar mais do que uma casa na areia, sem fundamento e incapaz de resistir às intempéries da vida. Mostra-me, pela tua palavra, o verdadeiro fundamento da vida de quem quer entrar no teu reino. 
(Manuel José Marques, Leitura Orante da Palavra, SNL, 795)

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Oração a São João Baptista

Ó glorioso São João Batista, príncipe dos profetas, precursor do divino Redentor, alcançai-me de Jesus, ardentemente vos suplico, que me dê a graça de amá-Lo e servi-Lo com extremado afeto e dedicação até a morte.

Alcançai-me também, meu excelso protetor, singular devoção à Virgem Maria Santíssima, que, por amor de vós, foi com pressa à casa de vossa mãe, Santa Isabel, para serdes cheio dos dons do Espírito Santo.

Se me conseguirdes estas duas graças, como muito espero de vossa grande bondade e poderoso valimento, tenho a certeza de que, amando até a morte a Jesus e Maria, salvarei minha alma e, no céu, convosco e com todos os anjos e santos, amarei e louvarei a Jesus e a Maria em eternas delícias e felicidade.

Amém.

Quem virá a ser este menino?

(Is 49, 1-6; At 13, 22-26; Lc 1, 57-66.80)

João Baptista tem um lugar central na história da salvação, de tal forma que é, depois de Jesus Cristo e de Maria Santíssima, a única figura a quem a liturgia recorda o dia de nascimento. Mais do que olhar para a figura de João este é um dia que nos aponta para o Natal, para a centralidade de Cristo na nossa vida, como Sol que nos ilumina e aquece. 
João surge nas leituras deste dia, e na vida da Igreja,  como a ponte entre o Antigo e o Novo Testamento, o último dos profetas do Antigo Testamento e aquele que reconhece e contempla a presença do Salvador. A figura e pessoa de João Baptista são um estímulo a uma transformação do coração, caminhando na capacidade de vermos os sinais de Deus que nos fala e nos toca nos mais variados momentos, mesmo quando estamos no extremo, como eram os casos de Zacarias e Isabel. 
O Senhor faz-se presente na história da humanidade, o sol veio para iluminar e dar calor e é importante não só reconhecê-Lo e viver Dele mas também que Ele resvale para todos os que nos rodeiam. João é sinal dessa presença, um constante apelo ao reconhecimento da presença divina, de um Deus que nos mira para além do pecado e da nossa condição de homens e mulheres de carne e osso, oferecendo um amor misericordioso, uma possibilidade de caminharmos na esperança… 
É importante que pensemos quem virá a ser este menino, mas também é essencial meditar quem é esse menino para nós e como é que, pelo seu exemplo e intercessão, nos podemos aproximar Daquele a quem ele não é digno de desapertar a correia das sandálias… Porque a beleza escondida numa criança inesperada pode ser o caminho para sairmos da frieza do nosso coração e encontrarmos o Sol do Amor… 

Para rezar a Palavra Divina... 

Jesus, faz me forte, corajoso e fiel como João Baptista. Ajuda-me a reconhecer qual a vontade de Deus para mim, para que não haja discordância entre a sua vontade e a minha. Ajuda-me a vencer as tentações do mundo e a manter-me fel à tua Palavra. Concede-me a graça de uma vida conforme à vontade de Deus, para que a graça divina atue em mim e a minha boca se abra para anunciar as tuas maravilhas e proclamar os teus louvores. 
(Evangelho Diário 2020)

terça-feira, 23 de junho de 2020

Em descoberta da porta estreita...

(2 Re 19, 9b-11.14-21.31-35a.36; Mt 7, 6.12-14)

A relação com os outros tem um lugar privilegiado na nossa relação com Deus, isto quer dizer que o modo como respeitamos o outro manifesta o modo como respeitamos Deus na nossa vida. Cristo convida-nos a uma coisa muito simples: a atitude pela qual nos relacionamos com o outro é o primeiro passo para a construção de um mundo mais belo. 
"Tudo o que quiserdes que os homens vos façam fazei-o vós também a eles" é uma normal intemporal, uma verdadeira regra de ouro da convivência, mas que assume um peso ainda maior para o crente quando Cristo afirma ser o resumo de toda a Sagrada Escritura. 
No movimento de revelação do amor de Deus tem lugar não apenas a entrega de Deus mas também a capacidade de criarmos um mundo mais fraterno e universal. Esta é uma porta muito estreita, a porta de quem se quer superar, de quem quer olhar para o outro contemplando um irmão... 
Para alcançarmos a porta estreita, para valorizarmos o irmãos para lá do egoísmo e da nossa soberba,  é essencial que aprendamos com o exemplo do Rei ameaçado, da confiança em Deus que lhe é proposta pelo profeta, caminhando na certeza da incompreensão dos homens e da injustiça de quem não vê imitadas as boas ações, mas sabe que a sua rocha está em Deus e é o Seu olhar que realmente conta.   

Para rezar a Palavra Divina... 

Quero, Senhor, pedir-Te que me ajudes a cultivar a atitude da disponibilidade na minha relação com os outros. E que me ajudes a ver com atenção as suas reais necessidades. Para que as palavras que lhes dirigir ou os gestos que tiver correspondam àquilo que esperam de mim. 
(Evangelho Diário 2020)

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Qual é a minha medida?

(2 Re 17, 5-8.13-15a.18; Mt 7, 1-5)

Todos erramos, todos cometemos erros. No entanto, apenas referimos a humanidade pecadora e os erros cometidos quando se referem a nós mesmos. O nosso olhar sobre os outros nem sequer reflete o olhar que gostaríamos que tivessem para connosco porque somos extremamente exigentes para com o próximo. 
Cristo apenas deseja que tenhamos um coração capaz de olhar para o outro com a mesma medida como gostaríamos de ser vistos pelos outros e pelo próprio Deus. A verdade é que apenas na verdade do olhar sobre nós mesmos, e sobre os outros, nos apercebemos do mal realizados e nos abrimos à capacidade de mudança. 
Esta é a raiz do problema do Reino de Israel e a sua queda descrita no livro dos Reis: aos apelos de conversão não existe uma resposta positiva, não existe uma capacidade de olhar para o lado e ver como o Reino Irmão de Judá se está a converter e a fugir ao erros (apesar de mais tarde cair no mesmo erro de pecado de autosuficiência em relação a Deus). Deus está sempre pronto a perdoar e o texto sagrado do livro dos Reis apresenta uma lamentação perante a recusa desse mesmo perdão. 
A melhor forma de caminhar encontra-se na perspetiva do caminho conjunto, pela qual nos damos conta de que somos todos parte de um mesmo barco e é na ajuda mútua e na compreensão dos erros comuns, considerando sempre a correção fraterna, que se pode fazer um caminho de renovação e de aperfeiçoamento rumo à santidade... 

Para rezar individualmente ou em família... 

Meu Deus, como é fácil apontar o dedo àqueles com quem me cruzo, esquecendo-me de olhar para o meu interior . Ajuda-me a discernir e a perceber que caminho preciso de fazer para tirar primeiro a trave dos meus olhos. 
(Evangelho Diário 2020)

domingo, 21 de junho de 2020

12º Domingo do Tempo Comum - Rezar o Domingo

No meio das nossas tribulações, sonhos e anseios não nos podemos deixar derrotar pelo medo. Se é verdade que o medo paralisa os nossos movimentos e nos impede de seguir pelo caminho que gostaríamos, quantas vezes mudamos de percurso para encontrarmos segurança, também é verdade que o caminho é feito de altos e baixos e apenas se pode derrotar o medo com a confiança na companhia do Senhor… 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus 

Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: «Não tenhais medo dos homens, pois nada há encoberto que não venha a descobrir-se, nada há oculto que não venha a conhecer-se. O que vos digo às escuras, dizei-o à luz do dia; e o que escutais ao ouvido proclamai-o sobre os telhados. Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Temei antes Aquele que pode lançar na geena a alma e o corpo. Não se vendem dois passarinhos por uma moeda? E nem um deles cairá por terra sem consentimento do vosso Pai. Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Portanto, não temais: valeis muito mais do que todos os passarinhos. A todo aquele que se tiver declarado por Mim diante dos homens, também Eu Me declararei por ele diante do meu Pai que está nos Céus. Mas àquele que Me negar diante dos homens, também Eu o negarei diante do meu Pai que está nos Céus».

Ó Senhor, seguir-Te implica ir contra a corrente, 
Abandonar os medos que apertam o coração
E abraçar o amor misericordioso que nos vem do Pai. 
Ó Senhor, seguir-Te implica estar atento ao frágil, 
Cuidadoso com o pequeno e o efémero
Porque é aqui, Senhor, que nos mostras eternidade. 
(Sementes do Evangelho - Ano A)

Obrigado, Senhor, por nos exortares a viver na confiança, desterrando medos e preocupações. Somos felizes porque temos um Deus que não está centrado no seu poder, honra e grandeza, mas vive totalmente entregue ao nosso serviço. Peço-Te a graça de confiar sempre e incondicionalmente em Ti, que estás interessado no meu maior bem, muito mais ainda do que eu próprio. Aos outros oferecerei o presente da confiança, como Tu sempre ma entregas gratuitamente. 
(Evangelho Diário 2020)

Rezemos para que a Palavra Divina floresça no coração e nos faça mais fortes e constantes, de tal maneira que sejamos capazes de encontrar em Cristo o amparo constante e não nos envergonhemos de ser seus discípulos, amigos e irmãos… 
(Pai Nosso, Avé Maria, Glória)

sábado, 20 de junho de 2020

21/06/2020 - Avisos Paroquiais

Caparrosa 

Quinta-Feira, 25  → 19:00h - Eucaristia em Souto Bom

Sexta-Feira, 26 → 20:30h – Eucaristia na capela de S. Francisco em Caparrosa (lotação da capela de 17 lugares)

Sábado, 27 → 20:00h - Eucaristia Vespertina em Paranho de Besteiros

Domingo, 28 → 9:30h - Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial

                         15:00h – Eucaristia em Caparrosinha

                           

Observações: 


Silvares 


Terça-Feira, 23 → 19:30h – Eucaristia em Silvares

Domingo, 28 →  8:30h – Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial 


Observações: 


Vilar 

Quarta-Feira, 24 → 19:30h – Eucaristia na Igreja Paroquial (Solenidade do Nascimento de S. João Baptista) 

Sábado,  27 → 19:00h – Eucaristia Vespertina na Igreja Paroquial

Domingo, 28 → 11:30h – Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial


Observações:


Mosteiro

Sexta-Feira, 26 → 19:00h – Eucaristia na Igreja Paroquial

Domingo, 28 → 10:30h – Eucaristia Dominical no Sr dos Aflitos 


Observações:


12º Domingo do Tempo Comum A

12º Domingo do Tempo Comum A

O Evangelho deste Domingo confronta-nos com a realidade do medo que nos paralisa e impede de fazer um verdadeiro caminho de resistência e de aceitação da vontade do Senhor. Se encararmos a vida como um contínuo desafio de superação e de testemunho da presença de Cristo no mundo, apercebemo-nos de como é importante o martírio, não o martírio de sangue porque não nos deverá ser pedido, mas a fidelidade a Cristo nas mais variadas situações da vida. O mundo pode recusar o Evangelho e perseguir os seus anunciadores mas é o lugar onde cada cristão pode testemunhar a presença do amor divino.

1 -  S. Paulo recorda-nos a realidade de Cristo como nosso Salvador, Aquele que nos devolve à nossa dignidade original. Deste modo, o grande desafio da vida de cada cristão encontra-se na necessidade de caminhar na fidelidade ao Senhor, na tentativa de se manter fiel ao Senhor, porque os olhos do mundo são muito voláteis, na forma como interpretam os nossos gestos e palavras.

2 – A fé exige coragem. Não podemos ter vergonha do medo, porque ele é uma realidade que está sempre presente em nós. Daí que nunca possamos eliminar o medo, mas podemos domá-lo, de tal forma que o nosso medo se transforme num reverencial temor diante de Deus, querendo caminhar na fidelidade ao Senhor e no Seu amor.

3 – Perante o medo é necessário renovar a força e a coragem dos crentes, porque no meio das perseguições, obstáculos e quedas, o amor de Deus permanece sempre ao lado dos crentes. A única forma de vencer o medo encontra-se no amor, tal como o profeta Jeremias sente. O profeta, diante da solidão e da traição dos seus amigos, grita pelo amor de Deus e é nesse amor que se agarra para não desistir, nem perder a esperança.

4 – Com a certeza do amor de Deus e a força da Sua presença podemos caminhar e fortalecer a nossa relação com o mundo, porque não nos podemos esquecer que é a esse mundo, cheio de erros e de problemas, que somos enviados a levar palavras e gestos de esperança. Mesmo nos momentos mais negros e imprevisíveis existem pequenas estradas, pequenas luzes, pequenos sinais, que nos fazem descobrir caminhos de felicidade e de realização. Acima de tudo, com consciência de que podemos fraquejar, sofrer e cair, mas, com a ajuda de Deus, não podemos desistir em momento algum… Porque caminhamos rumo ao encontro pleno e puro com o Deus que é Amor.


Imaculado Coração de Maria

Oração ao Imaculado Coração de Maria 

Coração de Maria, o mais amável e compassivo de todos os corações depois do de Cristo, trono das misericórdias divinas em favor dos pecadores mais miseráveis, eu, reconhecendo-me sumamente necessitado, recorro a Vós em quem o Senhor pôs todo o tesouro das suas bondades, com plena certeza de ser por Vós socorrido. Vós sois o meu refúgio, o meu amparo, a minha esperança; por isso Vos digo e dir-Vos-ei sempre em todas as minhas angústias e perigos: Doce Coração de Maria, sede a minha salvação.
Quando a doença me afligir, ou me oprimir a tristeza, ou a tribulação atingir a minha alma, Doce Coração de Maria, sede a minha salvação. 
Quando o mundo, o demónio e as minhas paixões, unidos para a minha eterna perdição, me perseguirem com as suas tentações e quiserem fazer-me perder o tesouro da graça divina, Doce Coração de Maria, sede a minha salvação. 
Na hora da minha morte, naquele momento especial do qual depende a eternidade, quando se avolumarem as angústias da minha alma e os ataques dos meus inimigos, Doce Coração de Maria, sede a minha salvação. 
E quando a minha alma pecadora se apresentar no tribunal de Jesus Cristo para Lhe prestar contas de toda a minha vida, vinde Vós defendê-la e a ampará-la, e então, agora e sempre, Doce Coração de Maria, sede a minha salvação. 
Espero alcançar estas graças de Vós, Coração Imaculado de Maria, a fim de que possa ver-Vos e gozar de Deus na vossa companhia por toda a eternidade no Céu. Ámen. 

(O livro das minhas oração, 2015)

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Vivo um jugo de amor?

(Deut 7, 6-11; 1 Jo 4, 7-16; Mt 11, 25-30)

Na base da fé cristã encontra-se o amor de Deus. Certeza de que temos um Deus que nos ama e nos perdoa, de tal forma que nos ofereceu o Seu dom mais precioso, o Seu Filho Unigénito. Para falarmos de Deus, para vivermos a Sua presença e sermos transformados por ela, temos de compreender a palavra amor. 
O amor em Cristo Jesus é muito mais do que um sentimento tão banalizado que se torna diminuído. O amor em Cristo Jesus é um ato de profunda entrega, porque o amor apenas dá vida e oferece um nova realidade quando se prolonga para fora de si mesmo, quando é vivido numa entrega profunda. 
Diante de Cristo, do Seu Sagrado Coração, reconhecemo-nos como a continuação do Povo do livro do Deuteronómio, um povo pecador, cheio de fragilidades e capaz das maiores atrocidades para com Deus e a Sua pessoa, mas um povo para quem Deus tem um lugar bem especial reservado, e esse lugar é o Seu Sagrado Coração. 
Para Deus somos especiais, tão especiais que somos perdoados. Este nosso caráter especial é nos oferecido gratuitamente por Deus, para que sejamos portadores dessa esperança para todos aqueles que nos rodeiam. Deste modo é importante ler e rezar as seguintes palavras de S. João: «Se alguém confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus. Nós conhecemos o amor que Deus nos tem e acreditámos no seu amor. Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele.»

Para rezar individualmente ou em família… 

Senhor, transforma todas as minhas preocupações e cansaços em lugar de encontro contigo. No meio das minhas fragilidades, faz-me perceber que há lugar para Te encontrar. Ajuda-me a ser humilde para aceitar que a vida centrada apenas em mim e nas minhas capacidades é mais difícil. Que tem um horizonte mais curto. Com o desejo de viver junto a Ti, peço-Te a graça de me reconhecer pequeno e necessitado da tua ajuda. Dá-me a serenidade para aceitar os desafios da vida e a confiança de que me ajudarás sempre a superá-los. 
(Evangelho Diário 2020)

Sagrado Coração de Jesus - Oração

Oferecimento ao amor misericordioso de Jesus 

Para que toda a minha vida seja um acto de perfeito amor, eu me ofereço como vítima de holocausto ao vosso amor misericordioso, suplicando-Vos me consumais sem cessar, deixando transbordar na minha alma as ondas de ternura infinita que estão encerradas em Vós e assim eu seja mártir do vosso amor, ó meu Deus. Que este martírio, depois de me ter preparado para comparecer diante de Vós, me faça enfim morrer, e que a minha alma voe sem demora ao eterno abraço do vosso misericordioso amor!
Eu quero, ó meu bem amado, renovar-Vos esta oferta um número infinito de vezes, em cada palpitação do meu coração, até que, dissipadas as sombras desta vida, eu Vos possa dizer e repetir o meu amor, face a face, por toda a eternidade. Assim seja. 
(Santa Teresinha do Menino Jesus)

quinta-feira, 18 de junho de 2020

O que digo nas minhas orações?

(Sir 48, 1-15; Mt 6, 7-15)

O grande sinal de Elias foi a sua amizade com Deus, muito mais do que os seus milagres e palavras. 
Quando nos sentamos ou ajoelhamos para rezar, quando fugimos da correria da vida para parar e estar um pouco a sós com Deus, nosso amigo, de modo a "tomarmos um café" com Ele, temos tendência a utilizar muitas palavras, a ocuparmos a nossa mente com belos discursos. 
Cristo ensina-nos que Deus não necessita dos nossos belos discursos, porque Ele próprio já conhece de antemão as nossas necessidades, os nossos problemas e os nossos anseios. Deste modo, aquilo que Deus deseja é descobrir em nós, aquele que está do outro lado da "mesa de café", um coração disponível para O amar. 
Se é verdade que não precisos grandes discursos para chegar a Deus, também é verdade que são necessárias palavras para que o nosso coração meta cá para fora tudo o que está dentro e que lhe faz mal, mas todas essas palavras deveriam começar com um «Pai nosso». Reconhecer que do "outro lado da mesa" está o meu Pai muda tudo, muda a perspetiva da realidade, dos meus problemas, dos meus amigos e da minha relação com toda a humanidade que me envolve… 
Rezar o «Pai nosso» é muito mais do que debitar palavras, mas crescer no desejo de converter o coração para a fraternidade universal, perdoando e sendo perdoado. Porque cada palavra dessa oração é um discurso e um momento reconfigurante da vida, já que a "toma de um café" com um Amigo pode transformar tudo… 

Para rezar em família ou individualmente… 

«Pai nosso, que estás nos céus»: é a oração que hoje quero rezar, escutando o que digo e refletindo no conteúdo de cada petição. Foste Tu, Jesus, quem nos ensinou esta prece universal. Somos todos irmãos, e Tu és a cabeça do corpo que constituímos, filhos prediletos do mesmo Pai. Rezar é estar contigo, como se está com um amigo. Peço-Te que aumentes a minha fé, que sejas o Mestre que me ensina a perdoar como o Pai de misericórdia. 
(Evangelho Diário 2020)

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Quem queremos que nos veja?

(2 Re 2, 1.6-14; Mt 6, 1-6.16-18) 

Os olhos são órgãos espantosos, em muitas ocasiões, falam muito mais do que a boca e apresentam uma verdadeira perceção da realidade vida por cada pessoa. Ao longo da vida somos moldados pelo olhar, não apenas pelo olhar que lançamos sobre a realidade, mas, também, pelo olhar que é lançado sobre nós e sobre a nossa pessoa. 
Todas as três atitudes que o Evangelho fala (jejum, oração e esmola), marcadamente quaresmais, que devem ser de vivência contínua numa conversão que deve ser, igualmente, contínua, são moldadas pelo olhar de quem as faz e o olhar de quem as recebe ou julga. O grande desafio para cada cristão está em afastar-se do olhar de quem as recebe ou julga e focar-se no olhar próprio, considerando o modo como as faz e realiza e o objetivo com que as vive, e o olhar divina, fonte de todo o existir e que tudo percebe a partir do coração. 
Com a purificação destes olhares vamos percebendo que a as coisas não se fazem por fazer e o que importa é a marca que deixam na vida, própria e alheia. Uma purificação de olhares que radica na transformação do coração, porque daí surge tudo o que é bom e mau... E queremos que nasçam coisas boas que transformem a vida de todos... 
Uma herança espiritual que não depende de uma pessoa, mas é transmitida de pessoa a pessoa, de coração a coração. Eliseu recebe igualmente uma herança, pois o poderoso profeta Elias desaparece, mas a sua missão de trazer luz ao mundo permanece viva em Eliseu... A cada queda, a cada incapacidade de realizar o jejum, a oração e a caridade, não tenhamos medo de gritar, para continuar o nosso caminho, o seguinte: "Onde está o Senhor, o Deus de Elias?" 

Para rezar em família ou individualmente... 

Rezar, jejuar, dar esmola: este um programa que não posso esquecer, Senhor! Tudo feito com muita discrição, sem aparato, sem vaidade, em silêncio. Deus vê o invisível, recompensa o bem praticado de forma gratuita e não interesseira. Rezo, para fortificar a fé que é impulso para o serviço em caridade. Esta é a fonte pura da alegria segundo o Evangelho. Jejuo, para ser desprendido dos bens da terra  poder ser generoso com quem precisa. 
(Evangelho Diário 2020)

terça-feira, 16 de junho de 2020

«Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis?»

(1 Re 21, 17-29; Mt 5, 43-48)

Tornou-se comum uma pequena canção do Pe Zézinho, cantada sobretudo nas festas das crianças, chamada "Amar como Jesus amou". Um belo poema que procura resumir a beleza de viver o Evangelho, radicando na simplicidade de imitar e viver a pessoa de Jesus Cristo. 
Hoje meditamos uma passagem do Evangelho que nos ajuda a compreender de uma maneira simples a radicalidade do amor de Jesus Cristo. Amar como Jesus amou, querendo viver uma genuína imitação das Suas palavras e gestos, implica uma viagem para além da lógica retributiva, transformando a vida numa verdadeira oferta. Pode parecer que não, mas é necessário que sejamos capazes de fazer coisas "extraordinárias". 
O grande sonho de Cristo encontra-se na realidade de que os Seus discípulos e Seus irmãos vivam no desejo de caminhar para o Pai, peregrinando num profundo desejo de perfeição, querendo aperfeiçoar a sua vida, corrigindo os seus erros e querendo  tornar o mundo em que vivem num mundo melhor. 
Um longo caminho a percorrer, em que o nosso modelo de comparação não são os publicanos e os pagãos dos tempos modernos, mas a pessoa de Jesus Cristo que nos pede amor e oração para com os nossos inimigos e aqueles que nos perseguem. 
No entanto, no longo caminho a percorrer, nas inúmeras quedas que temos de enfrentar, a mesma misericórdia que abraça a Acab, apesar de todo o pecado e idolatria, é a nossa força em todos os momentos.  

Para rezar em família ou individualmente, Salmo Responsorial... 

Refrão: Tende compaixão de nós, Senhor, porque somos pecadores. 

Compadecei-Vos de mim, ó Deus, pela vossa bondade, 
pela vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados. 
Lavai-me de toda a iniquidade 
e purificai-me de todas as faltas. R. 

Porque eu reconheço os meus pecados 
e tenho sempre diante de mim as minhas culpas. 
Pequei contra Vós, só contra Vós, 
e fiz o mal diante dos vossos olhos. R.

Desviai o vosso rosto das minhas faltas 
e purificai-me de todos os meus pecados. 
Meu Deus e meu Salvador, livrai-me do sangue derramado 
e a minha língua proclamará a vossa justiça. R. 

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Compreendemos o amor extremo?

(1 Re 21, 1-16; Mt 5, 38-42)

O nosso coração humano tem os seus desejos e as suas preocupações que, na maior parte das vezes, diferem dos desejos e preocupações do Senhor. As leituras deste dia convidam-nos a reconsiderarmos o modo como encaramos a vida e as preocupações. 
Cristo convida-nos a uma atitude distinta de fazer justiça, de encarar a relação com o outro e de querer viver o mundo em que estamos inseridos. Já não vale o justo "olho por olho", é necessário que entremos numa lógica de misericórdia, de compreensão. Se queremos construir um mundo diferente, mais justo e fraterno, temos de ir mais longe, criando uma sinergia de sentimentos díspares daqueles que a realidade nos chamaria a ter. A verdadeira justiça, aquela que cria a paz e constrói um mundo melhor, não se faz com vingança "justa", mas com amor... 
Contudo, para chegarmos esse nível (reconhecendo que estamos muito longe de conseguir viver aquilo que nos é proposto por Jesus) é necessário que purifiquemos o nosso coração. O rei Acab é o exemplo do contrário daquilo que Cristo nos pede. O terrível crime cometido pela rainha Jezabel, com a anuência do seu marido, o rei Acab, alerta-nos para a realidade do pecado no ser humano (baseado no princípio do esquecimento dos limites da nossa liberdade e do respeito pelo outro). Estamos perante um momento de pura maldade, um momento que provoca revolta interior, onde descobrimos como Deus age no coração do ser humano, no meio da sua maldade e pecado... 
É importante que tenhamos uma mente aberta capaz de perceber a nossa maldade e o modo como o Senhor nos oferece uma tábua de salvação, a Sua redenção, de modo a caminharmos no Seu amor...  

Para rezar em família ou individualmente... 

Peço-Te, Senhor, que me toques no coração para sentir o teu amor, a alegria de viver em paz com todos os que me rodeiam, sem alimentar ódios, intrigas e vinganças. Acredito que Tu és  amor e fonte de salvação e que tudo devo fazer contigo, para que a minha alma tenha paz. 
(Evangelho Diário 2020) 

domingo, 14 de junho de 2020

11º Domingo do Tempo Comum - Rezar o Domingo

Celebramos um Domingo em que somos chamados a ganhar consciência de que o mundo necessita de escutar a Boa Nova que cura e liberta. Temos consciência de que o apelo a trabalhar na seara se dirige a cada cristão? Sente-se cada cristão chamado a tornar a esperança de Cristo presente no mundo, na sua família, nos seus amigos, no seu trabalho?

Oração 

Obrigado, Senhor, por me confiares esta tarefa maravilhosa: 
A de testemunhar a alegria de Te conhecer e de Te seguir. 
Obrigado, Senhor, por me fazeres teu trabalhador 
Ensinando-me a ser o teu sorriso gratuito para todos. 
Obrigado, Senhor, por seres o Pastor
Que me conduz aos prados da humanidade e às águas da alegria. 
(Sementes do Evangelho - Ano A)

Evangelho do Dia
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus 

Naquele tempo, Jesus, ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão, porque andavam fatigadas e abatidas, como ovelhas sem pastor. Jesus disse então aos seus discípulos: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara». Depois chamou a Si os seus doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos impuros e de curar todas as doenças e enfermidades. São estes os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Cananeu, e Judas Iscariotes, que foi quem O entregou. Jesus enviou estes Doze, dando-lhes as seguintes instruções: «Não sigais o caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. Ide primeiramente às ovelhas perdidas da casa de Israel. Pelo caminho, proclamai que está perto o reino dos Céus. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expulsai os demónios. Recebestes de graça, dai de graça».


Senhor Jesus, hoje trago à oração os meus irmãos que se encontram em situações de fragilidade, sem trabalho, sozinhos, doentes… Acolhe cada um na sua dor e dá-me a graça de me saber fazer presente e atento no seu caminho, que anseia por serenidade, a qual só Tu podes dar. 
(Evangelho Diário 2020)

Com a consciência da Missão de todos e de cada um, rezemos para que cada cristão procure modificar e converter a sua vida, melhorando aquilo que está ao seu alcance. Aos poucos, pessoa a pessoa, coração a coração, o mundo ficará melhor...
(Pai Nosso, Avé Maria, Glória)

sábado, 13 de junho de 2020

14/06/2020 - Avisos Paroquiais

Caparrosa 

Quarta-Feira, 17 → 20:30h - Eucaristia em Paranho de Besteiros 

Quinta-Feira, 18  → 20:30h - Eucaristia em Caparrosinha 

Sexta-Feira, 19 → 20:30h – Eucaristia na Igreja Paroquial (Solenidade do Sagrado Coração de Jesus)

Sábado, 20 → 20:00h - Eucaristia Vespertina em Paranho de Besteiros

Domingo, 21 → 9:30h - Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial

                         15:00h – Eucaristia em Caparrosinha 

                           

Observações: 


Silvares 

Terça-Feira, 16 →  19:30h – Eucaristia no Carvalhal da Mulher

 Domingo, 21 →  8:30h – Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial 


Observações: 


Vilar 

Quarta-Feira, 17 → 19:30h – Eucaristia na capela da Sra do Rosário

Sexta-Feira, 19 → 19:45h – Eucaristia na Igreja Paroquial (Solenidade do Sagrado Coração de Jesus)

Sábado,  20 → 19:00h – Eucaristia Vespertina na Igreja Paroquial

Domingo, 21 → 11:30h – Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial


Observações:


Mosteiro

Sexta-Feira, 19 → 19:00h – Eucaristia na Igreja Paroquial (Solenidade do Sagrado Coração de Jesus)

Domingo, 21 → 10:30h – Eucaristia Dominical no Sr dos Aflitos 


Observações: