5º Domingo do Tempo Pascal B
Depois de se viver uma imagem tradicional do povo de Israel para a descrição da sua relação com o Senhor, este domingo reflete uma outra imagem, a da videira. Cristo é a videira e os cristãos são os ramos que se alimentam dessa videira. Contudo, pode surgir uma desunião que conduz à morte e à seca.
1 - A confiança e os receios fazem parte do mesmo caminho. Os cristãos são chamados a viver um verdadeiro dinamismo pascal, isto quer dizer que será necessário viver a vida cristã como um caminho no auxílio do Espírito Santo, procurando a credibilidade da fé cristã que apenas se consegue quando se conciliam palavras e obras, uma verdadeira fidelidade à Palavra pregada e testemunhada. Daí que São João fizesse um convite a amar de verdade. Viver o mandamento do amor implica este ministério de presença e de vida em Deus.
2 - Cristo interpela a comunhão com Ele e com os irmãos como fonte de tudo. O conceito joanino de “permanecer” é muito mais do que uma relação física ou temporal, mas de comunhão de vida. O cristão é chamado à união íntima com o Senhor, porque se existir um afastamento vive-se, como consequência, uma destruição da vida interior. Ser discípulo de Cristo é estar com Ele na escuta, no seguimento, no sofrimento e na alegria. Em suma, num conhecimento profundo que dá vida e conduz a uma vida diferente.
3 - Num mundo marcado pela instabilidade das relações, os cristãos devem viver um testemunho contra-corrente. O testemunho transformador do mundo apenas é possível quando se cria comunhão, quando se solidifica uma relação de proximidade, amor e companheirismo. Não basta fazer uma profissão de fé de boca, mas é essencial buscar uma relação de coração, relação estável, profunda e permanente com o Senhor. Neste mundo que se afasta de Cristo, é necessário ser testemunhar que é possível ir além das superficialidades, das instabilidades relacionais e do descompromisso como regra.
4 - O grande fruto da vida cristã não é contabilizável. O fruto da vida cristã é saboreado pelo próprio e pela comunidade quando existe uma permanência e uma identificação com Jesus na comunhão de vida, de gestos e de sentimento.
«Convertamo-nos em verdadeiros e frutíferos ramos da vinha de Jesus, recebendo-O em nossa vida como Ele se quiser mostrar:
Como a Verdade para ser dita.
Como a Vida para ser vivida.
Como a Luz para ser acesa.
Como o Amor para ser amado.
Como o Caminho para ser andado.
Como a Alegria para ser dada.
Como a Paz para ser derramada.
Como o sacrifício para ser oferecido, nas nossas famílias e no nosso bairro.» (Oração da Comunidade de Santa Teresa de Calcutá)