sexta-feira, 29 de abril de 2022

Tenho medo de me encarar de frente? (29/04/2022)

1 Jo 1, 5-2,2; Mt 11, 25-30

FESTA DE S. CATARINA DE SENA, COPADROEIRA DA EUROPA

S. Catarina de Sena foi uma mulher marcante em plena Idade Média, num momento histórico em que a figura feminina não tinha preponderância social. Apesar de tudo isso, assumiu-se com uma lutadora da paz e da comunhão entre povos, exercendo uma ação de influência junto dos grandes do seu tempo. A concórdia e paz são caminhos constantes e desafios para a vida. 
Os verdadeiros doutores da fé são aqueles que se colocam plenamente nas mãos de Deus. É importante que se busque essa luz, sem esconder a realidade do que se é porque o caminho do amor é um desafio à transformação. Cada pessoa que viva no amor e em Deus deve ter verdade em si mesmo e nas suas dificuldades para que a misericórdia divina seja acolhida em plenitude. 

Para que a Palavra de Deus alimente e transforme...

Senhor, quantas vezes me senti cansado e sozinho, porque a minha fé é frágil. Consolida a minha fé, ajuda-me a seguir-te e a estreitar a minha relação de amor e amizade contigo. Em ti encontro a serenidade e conforto para a minha alma. Tornas o meu fardo leve e suavizas as minhas angústias e mágoas. Concede-me a graça de um coração simples e humilde, para que me deixe governar pelo teu amor e pelos teus ensinamentos. 
(Evangelho Diário 2022) 

quinta-feira, 28 de abril de 2022

O que significa o céu? (28/04/2022)

 At 5, 27-33; Jo 3, 31-36

A opinião dos homens pode ser enviesada e apenas em Deus se pode fazer um caminho coerente. Acima de tudo deve buscar-se a vontade de Deus, porque em momento algum será ostracizante para com o ser humano. Daí que Jesus faça um convite a colocar o olhar no alto. Não se pode viver sem estar no mundo e a vida cristã não se trata de uma luta entre o céu e a terra. A vida cristã é um desejo de construção do céu (Reino de Deus, Reino de Justiça, Paz e Amor) através de um correta e genuína inserção no mundo. 

Para que a Palavra de Deus mostre o céu...

Muitas vezes ando inquieto com as minhas questões do dia a dia, ofuscando o meu olhar relativamente ao que é mais importante, gerando em mim revolta, não havendo espaço para a oração, na qual descanso a minha alma. Acredito que a tua luz ilumina o meu ser e o caminho para o teu amor.
(Evangelho Diário 2022)

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Paróquia de Vilar de Besteiros - Notícias dos 250 Anos da Igreja Paroquial

Primeiro Concerto Comemorativo do Jubileu dos 250 Anos da Igreja Paroquial de Vilar de Besteiros


A Igreja Paroquial assume-se como Igreja Mãe de uma comunidade, um regaço materno para o encontro com Deus, na descoberta da graça da filiação divina. Por esta centralidade, é importante que se viva o espaço acima do espaço, numa clara noção de que o edifício está para além das paredes, já que é um ponte que eleva e conduz para Deus, uma ponte para o transcendente. Cada parede tem mais do que uma história, tem um esforço por detrás, não só o esforço da construção ou do cuidado mas de um testemunho de algo belo e transcendente. 
Por tudo isto, depois de tantas dificuldades, no passado dia 24 de Abril, pelas 16:00h, iniciaram-se as celebrações dos 250 anos da atual Igreja Paroquial de Vilar de Besteiros com um brilhante concerto de música proporcionado pelo Grupo Polifónico da Casa do Povo de Tondela, a quem se agradece a prestimosa e magnífica apresentação. 


Vivo na luz? (27/04/2022)

At 5, 17-26; Jo 3, 16-21

O caminho da comunidade primitiva vai sendo feito na companhia do Senhor. Os cristãos não se podem sentir sozinhos já que o amor de Deus é a força do ser humano, porque é aí que se encontra o fortalecimento de um caminho com horizontes de eternidade. Daí que Jesus nos convide a fazer busca da luz em detrimento das trevas, porque, infelizmente, faz-se uma busca das trevas. Amar a luz é importante porque é na claridade da vida e do amor que se descobre a verdade. 

Para que a Palavra Divina seja luz...

Senhor, neste dia recordo e agradeço as pessoas que ao longo da minha vida me têm mostrado o teu amor. Agradeço as palavras e o exemplo de fé dos que me falam de Jesus; agradeço também todos os que, não sendo cristãos, me comunicam uma alegria e uma bondade que me falam de ti e do modo misterioso como o teu amor liga todas as coisas. 
(Evangelho Diário 2022)


segunda-feira, 25 de abril de 2022

24/04/2022 - Avisos Paroquiais

Avisos Paroquiais 


Semana → 24/04 - 01/05


Caparrosa 

Quinta-Feira, 28 → 15:00h - Eucaristia em Souto Bom 

Sexta-Feira, 29 → 20:30h - Eucaristia na capela de S. Francisco (Caparrosa)

Sábado, 30 → 20:00h - Eucaristia Vespertina na Igreja Paroquial 

Domingo, 01 → 10:15h - Celebração da Palavra Dominical na Igreja Paroquial

                        18:00h - Eucaristia em Caparrosinha 

Observações: 

Silvares 

Quinta-Feira, 28 → 19:30h - Eucaristia em Silvares 

Domingo, 01 → 9:00h - Eucaristia na Igreja Paroquial

Observações: 


Vilar de Besteiros

Quarta-Feira, 27 → 19:30h - Eucaristia na Igreja Paroquial 

Sábado, 30 → 19:00h - Eucaristia Vespertina na Igreja Paroquial 

Domingo, 01 → 11:00h – Eucaristia na Igreja Paroquial. Festa de Nossa Senhora das Necessidades. Procissão. 

Segunda-Feira, 02 → 21:00h - Procissão de início do mês de Maio (Igreja → Aldeia de Vilar)

Observações: 

Mosteiro de Fráguas

Sexta-Feira, 30 → 19:00h - Eucaristia na Igreja Paroquial 

Domingo, 01  → 10:00h - Eucaristia na Igreja Paroquial 

Observações: 


domingo, 24 de abril de 2022

2º Domingo do Tempo Pascal C - Homilia

2º Domingo do Tempo Pascal C 


A alegria pascal é algo que deve permanecer continuamente na vida do cristão e não se pode cingir a um simples dia ou rito, mas sempre na renovação constante. O livro dos Atos dos Apóstolos apresenta a comunidade a crescer, algo que depende do empenho dos membros e das dinâmicas positivas que se vão implementando. 


1 - A comunidade deve sentir-se unida a Cristo, caminhando com Ele, na certeza de que Jesus se faz presente junto dos cristãos. Estes assumem-se como continuadores de Cristo na abertura e num caminho feito no amor. Seria bom que as comunidades atuais aprendessem com as comunidades primitivas para que não se perca o fervor original da presença do Ressuscitado. Se nos primórdios as perseguições tornar-se-iam estímulos, hoje a paz deveria ser a força para testemunhar continuamente a Cristo. 


2 - O motor da vida é o Ressuscitado. O medo e o temor perante o desconhecido existem e apenas poderão ser vencidos na comunhão com o Ressuscitado.  À comunidade cristã não é oferecido um código de conduta, mas tem a companhia do Ressuscitado para poder enfrentar as várias dificuldades que vão surgindo. 


3 - Cada crente, e cada comunidade, deverão procurar viver os sinais do Ressuscitado. A paz que se assume como aquilo que torna Cristo presente nas relações humanas, a alegria como fruto de um sentido e de uma relação de amizade com Deus e com os outros e a busca do lado transcendente da vida, reconhecendo a ação de Deus em todos os momentos. Cristo continua a agir na vida dos cristãos, abraçando-os nos sacramentos que regeneram, perdoam e alimentam. 


4 - Tal como Tomé é essencial descobrir Cristo nas feridas da humanidade, fazendo caminho na dúvida. Daí que seja importante reconhecer o lugar central do domingo na vida da fé. A vivência do domingo é central para que se alimente a fé, crescendo na amizade com Jesus e percebendo o longo caminho a percorrer para se chegar à santidade. Jesus não desiste de ninguém, tal como não desiste de Tomé e, por isso, é necessário dar-se visitar por Jesus. 


5 - Cristo chama à necessidade de se ver com a fé, caminhando com o olhar no transcendente, quando o caminho é feito no amor encontra-se algo de profundo e a fonte de uma vida nova que é o próprio Ressuscitado. 


Encontro com a Palavra de Deus - 2º Domingo do Tempo Pascal C

Estimular a Escuta... 

Neste segundo domingo da Páscoa, também designado «Domingo da Misericórdia», meditamos sobre os grandes dons pascais por excelência, aqueles que nascem da Ressurreição de Jesus, onde o perdão dos pecados se assume como o mais evidente na leitura do Evangelho. Os Atos dos Apóstolos mostram o crescimento da Igreja e o modo como os apóstolos realizavam «muitos milagres e prodígios entre o povo». No fundo, na Igreja nascente havia a firme convicção de que Jesus continuava vivo e a assistir continuamente a sua Igreja através do Espírito Santo e dos apóstolos, continuadores eficazes do ministério sacerdotal de Cristo. 
(David Palatino, Viver e Proclamar a Palavra, Paulus, 2022, pág. 61)

Ler... 

Do Evangelho segundo S. João 

Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos». Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto». Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.

Viver... 

Que bom é ter o coração cheio da tua paz! Nem sempre acontece, porque por vezes duvido, quero provas e isso traz-me inquietação. Que eu seja sempre capaz de te reconhecer nas tantas formas como te fazes presente na minha vida e acabe sempre, com humildade, por dizer, no fundo de mim mesmo; «meu Senhor e meu Deus». 
(Evangelho Diário 2022)

sexta-feira, 22 de abril de 2022

Qual a Pedra Angular de vida? (22/04/2022)

 At 4, 1-12; Jo 21, 1-14

Cristo faz-se presente na normalidade da vida, nas pescas e nos desafios do dia-a-dia. A abundância da vida sedimenta-se no encontro com Jesus. As perseguições existentes na vida da comunidade primitiva originam contrariedades mas também momentos de profunda comunhão com o Senhor. Apenas a fé e a confiança na Pedra Angular que é Jesus Cristo  permite um caminho com sentido. Fora de Cristo existem muitas coisas mas não se encontra um horizonte de esperança que transforme a vida... 

Para que a Palavra de Deus seja caminho para a Pedra Angular...

Senhor, a tua palavra é o nosso alimento e a nossa esperança. Quantas vezes me sinto perdido, desorientado ou até desanimado porque me falta algo. Que eu saiba encontrar em ti a resposta para superar esta sensação de vazio que às vezes toma conta de mim. Sei que estás sempre comigo e em ti encontro a resposta para saber onde devo atirar a rede em busca do verdadeiro alimento. 
(Evangelho Diário 2022)

quinta-feira, 21 de abril de 2022

Como vivo e busco a paz? (21/04/2022)

At 3, 11-26; Lc 24, 35-48

Testemunhar a Cristo é fazer com que outros O vejam. O cristão, que saboreia e escuta a Cristo, questionar-se-á sempre se é imagem de Cristo em todos os ambientes em que se encontra e é a partir dessa reflexão que poderá fazer caminho. Olhar para Cristo é fundamental na vida do discípulo para que se reconheça sempre a centralidade do mistério da Ressurreição. A paz, como expressão da fraternidade e da comunhão, assume-se como sinal do Ressuscitado. Na busca da paz inaugura-se a dificuldade da dúvida e a impossibilidade de caminhar ela. 

Para que a Palavra Divina alimente a paz... 

Obrigado, Jesus, por nos teres dado e deixado a tua paz! Obrigado por insistires na exortação a que não tenhamos medo. Obrigado por te mostrares com as chagas da Paixão, que provam que, sendo Deus, assumiste ser totalmente homem, sujeito às dores das criaturas humanas, de todos os humilhados, maltratados, espezinhados, torturados e mortos. De olhos na cruz, medito no que é o amor e como se pode vencer, apesar das aparentes derrotas mais dolorosas. 
(Evangelho Diário 2022)

quarta-feira, 20 de abril de 2022

Paróquia de Caparrosa - Notícias de Souto Bom


 Festa de S. Frutuoso - Padroeiro

Apesar da distância temporal e histórica sentida na relação com S. Frutuoso e dos tempos em que ele exerceu o seu apostolado no território que hoje é Portugal, mas muito antes de ser Portugal, o seu exemplo continua a ser um grande incentivo à descoberta de Jesus Cristo como o Ressuscitado. Com este sentimento viveu-se na manhã de Segunda-Feira de Páscoa, dia 18 de Abril, pelas 11:00h, a festa de S. Frutuoso, padroeiro da capela e da povoação de Souto Bom. Esta celebração marcou o encerramento da Visita Pascal e terminou com a tradicional procissão em honra de S. Frutuoso.  

Estou disponível para Cristo? (20/04/2022)

At 3, 1-10; Lc 24, 13-35

Caminhar com Jesus é um desafio constante, algo que obriga a um constante encontro e descoberta. O cristão é chamado a reconhecer os seus limites e as suas fragilidades para dar lugar a Deus e a uma constante transformação, ou melhor dizendo, conversão e renovação. Só na escuta e na comunhão se pode fazer caminho de disponibilidade e de conversão. Cristo é a fonte de tudo e é essencial que se faça um caminho de aprofundamento do Seu mistério. 

Para que a Palavra Divina alimente a disponibilidade... 

Meu Pai, é tão comovente a humanidade de Jesus. Ele aproximou-se de nós para mais nos conhecer e mais nos amar. Entregou-se por nós para nos servir. Questiono-me se tenho feito o suficiente para me aproximar dos meus irmãos e se não haverá algo mais que possa fazer para ir de encontro às necessidades que vou descobrindo. Ajuda-me, Senhor, a não ter medo de me aproximar dos outros e das vulnerabilidades, ajuda-me a ter coragem para me entregar e servir os outros. 
(Evangelho Diário 2022)

segunda-feira, 18 de abril de 2022

17/04/2022 - Avisos Paroquiais

Avisos Paroquiais 


Semana → 17/04 - 24/04


Caparrosa 

Segunda-Feira, 18 → 11:00h - Eucaristia em Souto Bom, Festa de S. Frutuoso, Procissão

                14:30h - Eucaristia em Paranho de Besteiros 

Quarta-Feira, 20 → 20:30h - Eucaristia em Paranho de Besteiros 

Quinta-Feira, 21 → 20:30h - Eucaristia em Caparrosinha 

Sábado, 23 → 20:00h - Eucaristia em Paranho de Besteiros 

Domingo, 24 → 9:00h - Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial

Observações: Nas celebrações do próximo fim de semana será a entrega da Renúncia Quaresmal nos respetivos ofertórios. Reinício das atividades catequéticas.

Silvares 

Quinta-Feira, 21 → 19:30h - Eucaristia no Carvalhal da Mulher 

Domingo, 24 → 9:00h - Celebração da Palavra na Igreja Paroquial

Observações: Nas celebrações do próximo fim de semana será a entrega da Renúncia Quaresmal nos respetivos ofertórios. 


Vilar de Besteiros

Quarta-Feira, 20 → 19:30h - Eucaristia na capela da Sra do Rosário (Aldeia de Vilar)

Sábado, 23 → 19:00h - Eucaristia Vespertina na Igreja Paroquial 

Domingo, 24 → 11:30h – Eucaristia na Igreja Paroquial

                 16:00h - Concerto Comemorativo do Jubileu dos 250 anos da Igreja Paroquial 

Observações: Nas celebrações do próximo fim de semana será a entrega da Renúncia Quaresmal nos respetivos ofertórios. Reinício das atividades catequéticas.

Mosteiro de Fráguas

Sexta-Feira, 22 → 19:00h - Eucaristia na Igreja Paroquial 

Sábado, 23 → 11:30h - Bodas de Ouro Matrimoniais na Igreja Paroquial 

Domingo, 24  → 10:15h - Eucaristia na Igreja Paroquial 

Observações: Nas celebrações do próximo fim de semana será a entrega da Renúncia Quaresmal nos respetivos ofertórios. Reinício das atividades catequéticas.


domingo, 17 de abril de 2022

Páscoa da Ressurreição C - Homilia

Páscoa da Ressurreição C


O dia de Páscoa assume-se como um dia de esperança: Cristo ressuscitou. A nossa esperança fundamenta-se no Senhor e não nas forças humanas. A Ressurreição de Cristo não esconde as dificuldades ou os desafios da vida mas oferece-lhes um sentido e um amparo. Cada cristão que vive a Páscoa é chamado a ser imagem do Ressuscitado, porque não basta chamar a Deus de Pai é essencial que se viva a filiação na construção de uma verdadeira fraternidade, aspirando às coisas do alto. 


1 -  Impressiona a mudança na vida dos discípulos e o modo como tudo se transforma, porque tal mudança conduz à percepção daquilo que é o testemunho vigoroso de Cristo Vivo. A Páscoa deve ser vivida como uma realidade de testemunho que arrasta e dá sentido. A mudança na vida dos discípulos abre à realidade do Sepulcro Vazio e aos relatos das aparições do Ressuscitado como momentos de crescimento da fé. 


2 - Jesus, vencedor da morte, confere um sentido novo à existência, por isso não se pode ficar preso aos vários sepulcros que limitam a existência e aos momentos de escuridão. A coerência e a coragem são os melhores discursos que se podem ter porque se baseiam na certeza da companhia do Senhor. Desta forma, a caridade deve ter um lugar primordial na vida do que acredita no Ressuscitado, um lugar onde todos se sintam implicados e transformados por e em Cristo. 


3 - Diante do Sepulcro Vazio, num mundo que não se reconhece a si mesmo, a luta contra o pessimismo, o individualismo e o vazio faz-se pela alegria da presença de Cristo Jesus em todos os momentos da existência. Cada Páscoa é uma nova oportunidade de encontro, para uma nova atitude de fé e confiança em Cristo, na busca da vida transformada. Para que se veja a realidade de uma vida marcada por Cristo é preciso fazer um salto de fé, fazendo com que Cristo esteja presente e faça caminho com cada um. 


4 - Mais do que viver a Páscoa o cristão é chamado a viver em Páscoa, viver na alegria de Cristo Vivente que dá sentido à existência, num rumo de vida e não de morte…


Encontro com a Palavra de Deus - Páscoa da Ressurreição C

Estimular a Escuta... 

Depois de a Igreja ter percorrido durante três dias os últimos momentos da vida do Mestre, desde a Última Ceia até ao sepulcro, hoje somos invadidos da alegria pascal, voltando a cantar o grito contido durante quarenta dias: «Aleluia»- Esse dia é o mais importante do calendário litúrgico, pois é o mistério que nele se celebra que dá sentido à fé cristã. Como diz São Paulo, «se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, ainda estais nos vossos pecados». A Ressurreição de Jesus e a possibilidade de com Ele podermos viver uma vida é o motor de toda a existência crente, a motivação para podermos aspirar às coisas do alto, vivendo como ressuscitados. 
(David Palatino, Viver e Proclamar a Palavra, Paulus, 2022, pág. 59)

Ler... 

Do Evangelho segundo S. João 

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predileto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde O puseram». Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou. Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.

Viver... 

Senhor, hoje é  o dia da alegria por excelência. Por toda a parte onde existem cristãos, faz-se ouvir o anúncio da tua ressurreição. Que também eu tenha coragem de anunciar que estás vivo na minha vida e na vida de todos, mesmo daqueles que não te conhecem ou recusam na sua vida. A tua Páscoa, Senhor, é a Páscoa do mundo, e nada apagará esta esperança que sai contigo do sepulcro e enche todos os caminhos. 
(Evangelho Diário 2022)  

Comprometer... 

Nesta semana Pascal, tudo farei para que as palavras e os gestos, mesmo os mais simples, sejam sinal da Alegria Pascal. 
(Dinâmica de Quaresma do SDEC Viseu)

Vigília Pascal C - Homilia

Vigília Pascal C


A noite santa de Páscoa é a noite maior da fé, muito maior do que qualquer noite humana, não em termos temporais mas na beleza e no sentido, porque destoa da realidade noturna. Este destoar realiza-se na luz de todos os que se vêem iluminados por Cristo Jesus. As várias leituras da Vigília Pascal apontam para a realidade do conforto que surge no amor e na misericórdia de Deus. Num caminho cheio de fragilidades e pecados, supera-se o horizonte meramente humano na abertura à realidade da filiação divina. 


1 - O caminho que se vive não é em vão, como pensariam as mulheres que iam ao túmulo sem saber como remover a pedra do Sepulcro. Deus remove não só a pedra do Sepulcro como remove as várias pedras que vamos colocando no nosso coração, isto quer dizer que o cristão, como filho de Deus pelo batismo, não pode parar diante do Sepulcro mas caminha na descoberta da pedra viva e angular que é Cristo Jesus. 


2 - Com o conforto e o sentido da Ressurreição não se pode cair na resignação ou na desistência porque é essencial uma reflexão pessoal e comunitária sobre o lugar de Cristo na vida, como luz e pedra essencial. Numa noite de luz é essencial a abertura a Deus como esforço de renovação, libertando-se de tudo aquilo que prende e impede de fazer caminho. Diante das coisas que passam, quando se vive como filho de Deus, busca-se o sentido mais profundo. 


3 - Sem Deus a morte domina e destrói o interior. Com Deus existe a possibilidade de se erguer pois o cristão é criado para o céu e para a comunhão com Deus. Na Páscoa celebra-se um Deus que experimenta a angústia, a dor, o abandono ou a morte para que tudo isto tenha um sentido na vida do ser humano e o vazio deixe de ter lugar. 


4 - Viver a Páscoa como uma realidade sempre nova e presente. Diante do Sepulcro Vazio e das promessas de Deus ao longo de toda a História da Salvação, o caminho fundamental encontra-se no reavivar do amor a Cristo, voltando o coração para Ele, num desejo de renovação que apenas é possível se se celebra Cristo como vivente e presente hoje e não apenas como uma figura da história. Diante do Sepulcro Vazio que se faça a pergunta fundamental: para onde se caminha? Faz caminho com Cristo, numa busca e num encontro constante e, por isso, caminha-se para a vida nova do amor de Deus…


sábado, 16 de abril de 2022

Oração para Sábado Santo

Hoje é o dia do grande silêncio. A terra está silenciosa, esperando ansiosamente a sua transformação. As criaturas, que gemem com dores de parto, aguardando a manifestação dos filhos de Deus, silenciam-se também, pois a Promessa foi morta e repousa no sepulcro. Só os homens continuam apressados, um pouco por todo o lado, tratando dos seus ócios ou dos seus negócios. Mas um pequeno grupo está vigilante junto do túmulo. São os pobres, os pequenos, os que já perderam tudo... E serão eles os primeiros a escutar o anúncio da ressurreição do Senhor Jesus.
(Evangelho Diário 2022) 

sexta-feira, 15 de abril de 2022

Sexta-Feira Santa C - Homilia e Oração

Sexta-Feira Santa C


O dia de Sexta-Feira é essencial para se perceber a realidade da pessoa de Jesus Cristo e como é importante estar sempre disponível para aprofundar a Sua entrega e o Seu amor misericordioso para que, numa comunhão plena, a vida tenha sentido e se produza um caminho de fraternidade. Diante da morte de Jesus nada somos porque a nossa fragilidade encontra um sentido, caminha-se para a vida e para algo que está para além da dor e do sofrimento, para o amor.


1 - O que é que significa a Paixão do Senhor? O que é que traz de novidade à nossa vida? Na vida do ser humano o sofrimento é normal, quase que se poderia dizer que não há vida sem sofrimento, por isso é tão importante que se procure um sentido para que o sofrimento não domine e se torne caminho para o desespero, mas a fonte da busca do sentido profundo para a vida.


2 - Na Paixão contempla-se e experimenta-se a realidade do abandono do ser humano. Contemplando o sofrimento de Cristo somos chamados à busca da humanidade, porque apenas sendo mais humanos saboreamos a realidade do amor de Deus e a importância de nos aproximarmos do próximo. Desta forma, hoje é um dia para pensar em tantos que são postos de lado, esquecidos do mundo, já que o próprio Cristo sempre fez parte desses excluídos, desde o nascimento até à morte. Olhar para Cristo obriga a um encontro com a pobreza e a fragilidade própria do ser humano. 


3 - Na morte de Cristo toca-se a misericórdia de Deus e a certeza de que Ele alimenta e dá esperança ao ser humano. É importante que se faça com que Deus renove a humanidade pela obra da redenção para que o ser humano não se sinta sozinho mas em caminho com o Senhor. O cristão procura a revolução do amor, uma reviravolta positiva de tal forma inovadora que obriga a uma profunda coragem. 


4 - Todos estão sujeitos aos limites humanos. Diante da Cruz não existem ricos, pobres, poderosos ou humildes, todos são redimidos. Em momento algum se pode cair na ilusão do domínio para que não se caia na catástrofe de uma vida sem fraternidade e sem compaixão. O cristão não pode ficar indiferente diante do mundo. Cristo não foi e não é indiferente para com a humanidade e é essencial caminhar na compaixão como fez Cristo. 


Para que a Palavra de Deus abra à Cruz… 


Fico sem palavras diante do relato da morte de Jesus. Peço-te, Senhor, por todos os que sofrem situações de abandono, de injustiça ou de violência, para que sejam fortalecidos pelo mesmo amor que conduziu Jesus ao longo da sua vida e o manteve em paz naquele dia. Peço-te que não permitas que nos tornemos indiferentes ao sofrimento de ninguém e faz-nos capazes de gestos concretos de compaixão. 

(Evangelho Diário 2022)


quinta-feira, 14 de abril de 2022

Quinta-Feira Santa C - Homilia e Oração

Quinta-Feira Santa C


Iniciam-se os momentos centrais na vida de Cristo Jesus e do Seu mistério de salvação oferecido a toda a humanidade. Estes momentos são vividos através de um simbolismo que convida cada cristão a uma atitude de desprendimento diante de Jesus e da Sua Pessoa. O primeiro grande momento deste caminho para a Páscoa dá-se com a Última Ceia, com a instituição da Eucaristia e o mandamento do amor como magna carta de todo o ser cristão. 


1 - Cristo vive a Páscoa Judaica com os seus discípulos. Esta era uma celebração central na vida dos judeus e na certeza de que o caminho do povo era feito na comunhão e na proximidade do Senhor. O momento da ceia pascal era essencialmente um momento de convívio familiar e de partilha, assumindo Cristo que os seus discípulos são a sua família e por isso deseja ardentemente comer a Páscoa com eles. Cada vez que um cristão se aproxima da Eucaristia deveria sentir esse ser família de Cristo, partilhando da Sua mesa e da Sua entrega como horizonte de novidade e de revolução, questionando sempre sobre o real lugar da Eucaristia na vida pessoal e comunitária. 


2 - Desta forma, torna-se essencial a redescoberta de uma participação ativa na Eucaristia, fazendo com que esta celebração não seja apenas do sacerdote e de todos os intervenientes mas de toda a comunidade, querendo fazer parte ativa nos vários gestos que somos convidados a realizar. Isto quer dizer que a celebração não pode ser um espetáculo mas um corpo onde todos, cada um segundo a sua condição e qualidades, dão vida e animam. Por tudo isto, somos convidados a acolher o desafio de mudarmos de mentalidade na forma como se vive a Eucaristia e como cada um se posiciona na vida da Igreja. 


3 - A liturgia aponta-nos para o Lava-Pés como gesto essencial para se perceber o que se celebra e vive no seguimento de Cristo Jesus. Cristo realiza um gesto de servidão próprio dos escravos, porque o outro é alguém especial, verdadeira imagem de Deus e estímulo para a construção de vida em fraternidade. Quem segue a Cristo é chamado a viver a fraternidade no serviço, na entrega, numa relação verdadeira sem o espezinhar ou dominar o mundo. No mundo conturbado em que se vive, o serviço no amor é essencial para se combata o confronto pela fraternidade. A regra do serviço é a base para que se derrote a regra do domínio, do mal e da humilhação do outro.


4 - «Para que, assim como Eu fiz, vós façais também». Não basta rezar a Cristo, é preciso ser continuador de Cristo e da Sua atitude de amor, sempre procurando compreender a Sua pessoa. Buscando os sentimentos de Cristo busca-se uma fonte de transformação do quotidiano. Em cada Eucaristia celebra-se e experimenta-se a presença de Cristo e do seu amor, acolhendo esse amor tudo se renova porque se reconhece Cristo nas mais variadas situações da vida. 


Para que a Palavra de Deus ilumine a vida… 


Senhor, a tua atitude de te ajoelhares e lavares os pés aos teus discípulos é desconcertante e um exemplo de humildade, serviço e amor. Hoje começa o Tríduo Pascal e quero pedir-te a graça de me deixar amar por ti, de me deixar tocar no coração pelas tuas atitudes, para que viva esta Páscoa contigo. 

(Evangelho Diário 2022)


quarta-feira, 13 de abril de 2022

Concerto - Jubileu dos 250 Anos da Igreja Paroquial de Vilar de Besteiros

 


Procuro o verdadeiro triunfo? (13/04/2022)

Is 50, 4-9a; Mt 26, 14-25

O que é que significa triunfo? Onde é que se procura o triunfo? Quando do nada, do mais humilde e desprezado surge a maior dos tesouros algo tem de mudar na atitude de cada um, obrigando-se a uma atitude de constante busca pelo que é essencial para a vida. O triunfo que dá sentido surge na surpresa do amor. A traição de Judas, a sua busca de triunfo, deve servir como alerta para a vida, para que o caminho de cada não seja percorrido com descontração mas com a exigência de seguir a Cristo. Diante da Páscoa, deseja-se uma vida unida a Cristo em todos os momentos, num seguimento exigente e transformador. 

Para que a Palavra Divina ilumine o verdadeiro triunfo... 

A traição de Judas afasta-o de Jesus e condena-o. Judas, que pecou, não procurou o perdão do Senhor e por isso viveu na desesperança que o levou à morte. Aproxima-se a Páscoa e Jesus quer celebrá-la na minha casa. Procurarei, ao longo destes dias, preparar o meu coração para o grande mistério da Ressurreição, deixando que tudo o que é pecado em mim morra através do sacramento da Reconciliação. 
(Evangelho Diário 2022)

terça-feira, 12 de abril de 2022

Como vivo a traição a Cristo? (12/04/2022)

Is 49, 1-6; Jo 13, 21-33. 36-38

As duas leituras, Isaías e Evangelho de João, apontam para a realidade da Paixão como algo que se começa a preparar e a viver muito antes de Sexta-Feira Santa. O Senhor compadece-se da pobreza do ser humano e faz caminho na compaixão. Cristo é a imagem do Servo Sofredor numa entrega que chama à compaixão e à ajuda para com o irmão. A Paixão deve envolver intimamente o ser humano reconhecendo traições e fragilidades, sempre no seguimento de Cristo e amparados pela Sua misericórdia. 

Para que a Palavra de Deus ajuda na luta contra as tentações...

Também eu, por vezes, traio os meus valores e atuo em sentido contrário ao que o Espírito Santo me inspira. O confronto com a realidade tantas vezes desmente as boas intenções e voluntarismos, como aconteceu com Pedro. Já Judas certamente que foi deixando pouco a pouco deslizar o seu coração para o mal, até ao cúmulo da traição. Ajuda-me a não permitir esses deslizes e a tudo fazer para ser fiel ao teu amor. 
(Evangelho Diário 2022)

segunda-feira, 11 de abril de 2022

10/04/2022 - Avisos Paroquiais

Avisos Paroquiais 


Semana → 10/04 - 17/04


Caparrosa 

Terça-Feira, 12 → 15:00h - Eucaristia em Souto Bom 

Quarta-Feira, 13 → 20:30h - Eucaristia na Igreja Paroquial 

Quinta-Feira, 14 → 21:30h - Celebração da Ceia do Senhor na Igreja Paroquial 

Sexta-Feira, 15 → 21:30h - Celebração da Paixão na Igreja Paroquial 

Sábado, 16 → 22:00h - Vigília Pascal na Igreja Paroquial 

Domingo, 17 → 10:00h - Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial, Procissão da Ressurreição

               14:30h - Eucaristia em Caparrosinha 

Segunda-Feira, 18 → 11:00h - Eucaristia em Souto Bom, Festa de S. Frutuoso, Procissão

                14:30h - Eucaristia em Paranho de Besteiros 

Observações: 

Silvares 

Terça-Feira, 12 → 19:30h – Eucaristia em Silvares 

Quinta-Feira, 14 → 17:00h - Celebração da Ceia do Senhor na Igreja Paroquial 

Sexta-Feira, 15 → 16:00h - Via Sacra na Igreja Paroquial 

                          17:00h - Celebração da Paixão na Igreja Paroquial 

Sábado, 16 → 18:00h - Vigília Pascal na Igreja Paroquial 

Domingo, 17 → 11:30h - Eucaristia na Igreja Paroquial, Procissão da Ressurreição

Observações: A Visita Pascal inicia-se pelas 14:30h tendo a seguinte ordem: Carvalhal da Mulher → Merouços → Olheiro → Silvares  


Vilar de Besteiros

Terça-Feira, 12 → 20:30h - Confissões na Igreja Paroquial 

Quarta-Feira, 13 → 19:30h - Eucaristia na Igreja Paroquial 

Quinta-Feira, 14 → 20:00h - Celebração da Ceia do Senhor na Igreja Paroquial 

Sexta-Feira, 15 → 20:00h - Celebração da Paixão na Igreja Paroquial 

Sábado, 16 → 20:00h - Vigília Pascal na Igreja Paroquial 

Domingo, 17 → 8:30h – Eucaristia na Igreja Paroquial, Procissão da Ressurreição 

Observações: 

Mosteiro de Fráguas

Quinta-Feira, 14 → 18:30h - Celebração da Ceia do Senhor na Igreja Paroquial 

Sexta-Feira, 15 → 18:30h - Celebração da Paixão na Igreja Paroquial 

Sábado, 16 → 20:00h - Vigília Pascal na Igreja Paroquial de Vilar de Besteiros 

Domingo, 17  → 9:00h - Procissão da Ressurreição 

                            19:00h - Encerramento da Cruz e Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial 

Observações:


Domingo de Ramos na Paixão do Senhor C - Homilia

Domingo de Ramos na Paixão do Senhor C 


Um dia de sentimentos dúbios e de uma duplicidade da maneira como se olha e se vive o mistério da pessoa de Jesus Cristo. Se por um lado se vive a alegria da multidão que O aclama como Rei e Filho de David, por outro lado ouve-se o clamor do ódio e do desejo de morte. São realidades tão distantes e tão unidas que recordam como nada se conhece da pessoa de Jesus Cristo e é na surpresa que se faz caminho rumo ao amor. A Semana Santa inicia-se como semana grande, semana em que se vivem os mistérios decisivos da vida de Cristo e da salvação da humanidade. 


1 - A multidão grita e aclama mas o nosso grito deve ser um grito de confiança porque se existem muitos caminhos para Deus o importante é fazer com que Deus faça parte do caminho. Cristo não se deixa enganar pelo acolhimento enganador porque o mesmo não é promotor de uma vida genuína.


2 - Jesus faz da entrega um resumo da Sua vida e a misericórdia é a essência mais profunda da vida. Cristo Crucificado incentiva à busca de uma perspetiva positiva sobre a vida e não a busca de bodes expiatórios que sirvam de justificação. A misericórdia luta contra o rancor e as dificuldades, já que o esquecimento de algo é difícil mas pelo perdão evita-se o fechar do coração ao outro. 


3 - Quando se deseja o paraíso não se pode cair na ilusão de um mundo meramente futuro já que o paraíso começa aqui e agora, quando existe uma reconciliação com a própria histórias e as suas dificuldades. Cristo coloca-se nas mão do Pai, numa comunhão que proporciona sentido e vida. No meio das dores pode e deve haver gritos mas não pode haver resignação, como se tudo estivesse perdido. 


4 - Na Cruz somos chamados a procurar um Deus silencioso que conforta e dá sentido em contraponto ao Deus milagroso que se anseia mas não transforma. Deus sofre com a  humanidade e quando se comunga da dor de alguém não se grita, apenas se apoia no  silêncio de quem oferece mais do que palavras, oferece presença. É este apoio silencioso que se encontra na Cruz num claro convite a partilhar e compartilhar o sofrimento do irmão numa comunhão profunda, vivendo os mesmos sentimentos de Cristo Jesus.