sábado, 25 de julho de 2020

17º Domingo do Tempo Comum A

17º Domingo do Tempo Comum A

Cristo convida-nos a abrirmo-nos à alegria e à presença do Reino de Deus. Este é um caminho que nos obriga a fazer algumas opções, procurando descobrir aquilo que é melhor para nós e não apenas aquilo que consideramos, ou melhor dizendo, que é considerado como bom pelo mundo em que vivemos. Cristo recorda-nos como se torna importante investirmos o nosso tempo em busca de coisas que ofereçam sentido e deem sentido e vida eterna.

1 - O que é que pedimos nas nossas orações? Os nossos pedidos na oração devem ser direcionados àquilo que realmente importa e que nos conduza à felicidade. Salomão pede aquilo que mais é importante, não a riqueza ou a morte ou destruição dos seus inimigos, mas a sabedoria para conduzir o povo a um futuro risonho e cheio de esperança. Caminhar na sabedoria é caminharmos com o sentido do bom e do mau querendo decidir um futuro em relação ao futuro e não apenas em relação ao momento presente.

2 - Qual é o tesouro pelo qual orientamos a nossa vida? O verdadeiro sujeito das parábolas encontra-se no próprio tesouro e na capacidade de ser este o horizonte que alimenta a nossa vida. Olhando para o nosso caminhar somos convidados a descobrir qual é o verdadeiro tesouro do nosso caminhar, pois aí se encontra a alegria e a vontade de ir mais além, de querer superar as dificuldades e as angústias de toda uma vida. Cristo é o nosso tesouro e a nossa força para vencermos todos os momentos, desde que nos aponte a uma verdadeira alegria, a uma alegria que ultrapasse o momento presente e nos abra a uma realidade que tenha como horizonte a vida eterna.

3 - Viver na esperança do Reino é viver numa abertura ao infinito, a uma realidade que tudo supere e transforme. Desta forma, torna-se essencial seguir o Senhor, pois como resultado da luta encontra-se a vontade e a promessa do Senhor e torna-se essencial a constância dos discípulos para que sempre o Senhor tenha um lugar central no mundo em que vivemos.

4 - Existe um longo caminho pela frente e sempre os discípulos do Senhor encontrarão dificuldades e torna-se importante que seja reconhecido o tesouro e alimenta e dá sentido à vida, isto é, que oferece uma alegria pela a toda a caminhada. Acima de tudo, Cristo convida-nos a sermos discípulos do Reino dos Céus, capazes de viver uma vida transformada por amor e que derrame amor à sua volta. Cristo convida-nos a valorizarmos o importante de tal modo que saibamos reconhecer a Deus como o tesouro mais importante da vida, aquilo que é mais importante e que não se troca por nada…

5 -  Existem muitas coisas que não são preciosas mas que as assumimos como tal, torna-se fundamental que saibamos descobrir os tesouros mais importantes da vida para que o nosso caminho seja feito com um sentido e saibamos caminhar na glória divina e no serviço aos irmãos. Viver na sabedoria divina torna-se na capacidade de enfrentar cada dia na presença de Deus, valorizando cada momento e vivendo sempre com um sentido que vá para além do momento presente…

sexta-feira, 24 de julho de 2020

26/07/2020 - Avisos Paroquiais

Caparrosa 

Sábado, 01 → 20:00h - Eucaristia Vespertina em Paranho de Besteiros

Domingo, 02 → 9:30h - Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial

                        15:00h – Eucaristia em Caparrosinha 

Observações: 


Silvares 

Domingo, 02 → 8:30h – Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial 

Observações: 


Vilar 

Sábado, 01 → 19:00h – Eucaristia Vespertina na Igreja Paroquial

Domingo, 02 → 11:30h – Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial

Observações:


Mosteiro

Domingo, 02 → 10:30h – Eucaristia Dominical no Sr dos Aflitos 

Observações:


segunda-feira, 13 de julho de 2020

Tornamo-nos dignos de Cristo?

(Is 1, 10-17; Mt 10, 34-11, 1)

Para nos tornarmos dignos de Cristo não chega elevarmos sacrifícios a Deus, como pensavam os judeus no tempo de Isaías, mas implica uma conversão permanente à Palavra Divina que nos permita olhar para o outro como um irmão. Tornarmo-nos dignos de Cristo implica vivermos no esforço constante de O imitarmos e seguirmos, tomando a nossa cruz, as nossas dificuldades de cada dia e de todos os dias, num esforço de entrega constante. 
Os nossos sacrifícios devem ser acompanhados por um coração, isto é, por um desejo de entrarmos na vida divina. Deus deseja um louvor a partir de ações e gestos de amor, pelos quais se transforme a vida própria e a vida dos outros. Fazer o bem é um esforço constante para manifestarmos a presença de Deus na nossa vida e na vida dos outros, para que a vida e o caminho seja iluminado pela esperança e a palavra "desistência" saia do nosso vocabulário. 
A espada de Cristo é a espada do amor que nos obriga a sair das nossas seguranças e dos nossos confortos. Uma espada de serviço aos outros e de uma vida que se recupera renovada na comunhão co Cristo Ressuscitado… 

Para rezar a Palavra Divina… 

Como amo os outros, Senhor? Onde assento as minhas relações? Quem são os que têm lugar na minha vida? Mais uma vez, apontas-me os pequeninos. Aqueles que não têm lugar, que não têm voz, que não são vistos. Aqueles que não poderão, por si, recompensar-me. Ajuda-me, Senhor, a construir cada uma das minhas relações - com a família, com os amigos, com os colegas, com os outros - contigo. Que o meu amor por cada um deles parta do meu amor a Ti. Vivendo, cada dia, no meu quotidiano concreto, dando a vida (a minha vida). Pondo em jogo tudo e não apenas o supérfluo. Dar-me a mim mesmo transformará a minha vida. Para sempre. 
(Evangelho Diário 2020)

domingo, 12 de julho de 2020

15º Domingo do Tempo Comum - Rezar o Domingo

A Palavra de Deus tem um lugar fundamental na vida do cristão, pois é dela que tudo surge, desde a oração até à caridade. Uma escuta atenta é fundamental para uma conversão do coração que seja genuína e aberta plenamente a Deus e aos irmãos. Deus continuamente lança a Sua semente no nosso coração  e é fundamental que alcancemos a capacidade de fazer com que essa semente "morra" no nosso coração e dessa morte surja uma vida plenamente cheia de Deus. 

Para preparar a leitura da Palavra Divina ...

À beira-mar, contemplo-te no barco que embala a Palavra
e anseio, faminto, pelas sementes que, carinhosamente, lanças em mim. 
Caem na estrada abandonada, na superficialidade do meu sim… 
E são levadas pelos pássaros do mundo que violentam o meu vazio. 
Caem no coração de pedra que não te deixa tocar o profundo… 
E são queimadas pela secura da vida que, sem ti, não é fecunda. 
Caem entre espinhos da vida que obscurecem a minha entrega… 
E são afogadas pela dor, pelo tempo, pelo mais importante que tu. 
Caem nos braços que te esperam, nos lábios que te cantam, 
na alma que te escuta, terra boa… que dará fruto e nova semente… 
(Sementes do Evangelho, Leitura orante do Evangelho Ano A, SNL)

Leitura do Evangelho segundo S. Mateus 

Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-Se à beira-mar. Reuniu-se à sua volta tão grande multidão que teve de subir para um barco e sentar-Se, enquanto a multidão ficava na margem. Disse muitas coisas em parábolas, nestes termos: «Saiu o semeador a semear. Quando semeava, caíram algumas sementes ao longo do caminho: vieram as aves e comeram-nas. Outras caíram em sítios pedregosos, onde não havia muita terra, e logo nasceram, porque a terra era pouco profunda; mas depois de nascer o sol, queimaram-se e secaram, por não terem raiz. Outras caíram entre espinhos, e os espinhos cresceram e afogaram-nas. Outras caíram em boa terra e deram fruto: umas, cem; outras, sessenta; outras, trinta por um. Quem tem ouvidos, oiça». Os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: «Porque lhes falas em parábolas?». Jesus respondeu: «Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos Céus, mas a eles não. Pois àquele que tem dar-se-á e terá em abundância; mas àquele que não tem, até o pouco que tem lhe será tirado. É por isso que lhes falo em parábolas, porque vêem sem ver e ouvem sem ouvir nem entender. Neles se cumpre a profecia de Isaías que diz: ‘Ouvindo ouvireis, mas sem compreender; olhando olhareis, mas sem ver.Porque o coração deste povo tornou-se duro: endureceram os seus ouvidos e fecharam os seus olhos, para não acontecer que, vendo com os olhos e ouvindo com os ouvidos e compreendendo com o coração, se convertam e Eu os cure’. Quanto a vós, felizes os vossos olhos porque vêem e os vossos ouvidos porque ouvem! Em verdade vos digo: muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram. Escutai, então, o que significa a parábola do semeador: Quando um homem ouve a palavra do reino e não a compreende, vem o Maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração. Este é o que recebeu a semente ao longo do caminho. Aquele que recebeu a semente em sítios pedregosos é o que ouve a palavra e a acolhe de momento com alegria, mas não tem raiz em si mesmo, porque é inconstante, e, ao chegar a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, sucumbe logo. Aquele que recebeu a semente entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo e a sedução da riqueza sufocam a palavra, que assim não dá fruto. E aquele que recebeu a palavra em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende. Esse dá fruto e produz ora cem, ora sessenta, ora trinta por um». 

Para rezar a Palavra Divina… 

Jesus, ajuda-nos a perceber os Evangelhos e a sentir a presença de Deus falando connosco no dia a dia das nossas vidas. Ajuda-nos a abrir os nossos corações ao amor e ensinamentos de Deus, a ser fiéis à oração e a viver uma relação próxima contigo e com o Pai. Concede-nos a graça de sermos bons semeadores em terra fértil, de modo a produzirmos bons frutos no serviço aos mais necessitados. E a viver a vida com alegria, certos de que estás connosco e o teu amor é gratuito, generoso e fiel até à morte de cruz. 
(Evangelho Diário 2020)

Rezemos para que a escuta da Palavra de Deus seja uma constante na vida do cristão e as leituras proclamadas, ouvidas ou lidas não sejam encaradas de maneira distraída, mas numa atenção tão profunda que conduza à conversão do coração e à perceção da presença de Deus ao logo do caminho pessoal e comunitário… 
(Pai Nosso, Avé Maria, Glória)

sábado, 11 de julho de 2020

12/07/2020 - Avisos Paroquiais

Caparrosa 

Quarta-Feira, 15 → 20:30h – Eucaristia em Paranho de Besteiros

Quinta-Feira, 16  → 20:30h – Eucaristia em Caparrosinha 

Sábado, 18 → 20:00h - Eucaristia Vespertina em Paranho de Besteiros

Domingo, 19 → 9:30h - Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial

                         15:00h – Eucaristia em Caparrosinha 

Observações: 


Silvares 

Terça-Feira, 14 →  19:30h – Eucaristia no Carvalhal da Mulher

 Domingo, 19 →  8:30h – Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial 


Observações: 


Vilar 

Quarta-Feira, 15 → 19:30h – Eucaristia na capela da Sra do Rosário (Aldeia de Vilar)

Sábado,  18 → 19:00h – Eucaristia Vespertina na Igreja Paroquial

Domingo, 19 → 11:30h – Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial, Bênção do Santíssimo Sacramento

Observações:


Mosteiro

Sexta-Feira, 17 → 19:00h – Eucaristia na Igreja Paroquial

Domingo, 19 → 10:30h – Eucaristia Dominical no Sr dos Aflitos 

Observações:


15º Domingo do Tempo Comum A

15º Domingo do Tempo Comum A

O cristão é uma pessoa que anda na escuta da Palavra Divina, para que esta palavra influencie a sua vida e transforme o seu modo de olhar para o futuro e de enfrentar cada dia com uma esperança que derrote todo o medo. Existe uma constante falta de relação entre o cristão e a Palavra de Deus, porque nunca é fácil uma constante conversão que transforme o coração do ser humano. A Palavra de Deus apenas é verdadeiramente eficaz se tiver uma mistura com a vontade do ser humano, não vivemos no âmbito da magia, se estiver banhada por uma profunda vontade de escutar e querer mudar de vida.

1 – A união a Deus é uma força constante do ser humano, uma união que se alarga a toda a criação. Uma união que se mantém pela capacidade de escutar e não apenas de ouvir, isto é, capacidade de perceber o longo caminho a percorrer, transformando o nosso coração.

2 – A parábola do Semeador ajuda-nos a recordar o esforço por se enraizar a Palavra de Deus no coração humano, de tal modo que ela frutifique no coração do ser humano. Seria bom que questionássemos constantemente a forma como escutámos e como retemos aquilo que nos é proclamado, porque de nada servem os sons ou as letras, os áudios ou os livros, se não exercem uma transformação no coração de cada ser humano.

3 – Cada terreno, segundo a explicação do Senhor, representa cada pessoa, mas também representa uma maneira de nos posicionarmos diante da Palavra proclamada e lida. Para que a Semente produza fruto abundante, para que a Palavra entre no coração do ser humano é necessário interiorizar, perseverar na escuta, reter e transformar. Diante de todo este caminho, em que não basta ouvir é preciso escutar, torna-se normal que surjam resistências…

4 – Diz Isaías na 1ª leitura o seguinte: a Palavra é como a chuva, que volta para a nuvens depois de regar e dar vida. Diante da necessidade de existir sinergia, esforço de escuta, da parte do ser humano deveremos questionar o que Deus recebe como resposta da nossa parte. Continuamente a escuta tornar-se-á num verdadeiro diálogo em que oferecemos e dizemos a Deus o que Ele próprio nos ensina através de palavras e gestos renovados. Rezarmos, proclamarmos, realizarmos aquilo que Deus nos pede, como ações fundamentais da vida do cristão, assumem-se como desafios, não apenas da ordem ação mas também da escuta…

Sábado, 14º Semana do Tempo Comum

«Mistério da fé!»: com esta exclamação pronunciada logo a seguir às palavras da consagração, o sacerdote proclama o mistério celebrado e manifesta o seu enlevo diante da conversão substancial do pão e do vinho no corpo e no sangue do Senhor Jesus, realidade esta que ultrapassa toda a compreensão humana. Com efeito, a Eucaristia é por excelência «mistério da fé»: «É o resumo e a súmula da nossa fé». A fé da Igreja é essencialmente fé eucarística e alimenta-se, de modo particular, à mesa da Eucaristia. A fé e os sacramentos são dois aspectos complementares da vida eclesial. Suscitada pelo anúncio da palavra de Deus, a fé é alimentada e cresce no encontro com a graça do Senhor ressuscitado que se realiza nos sacramentos: «A fé exprime-se no rito e este revigora e fortifica a fé». Por isso, o sacramento do altar está sempre no centro da vida eclesial; «graças à Eucaristia, a Igreja renasce sempre de novo!» Quanto mais viva for a fé eucarística no povo de Deus, tanto mais profunda será a sua participação na vida eclesial por meio duma adesão convicta à missão que Cristo confiou aos seus discípulos. Testemunha-o a própria história da Igreja: toda a grande reforma está, de algum modo, ligada à redescoberta da fé na presença eucarística do Senhor no meio do seu povo.
(Sacramento da Caridade, Exortação Apostólica Pós-Sinodal do papa Bento XVI, nº 6)

Para rezar a Palavra Divina (Mt 19, 27-29)… 

Tu sabes, Jesus, que o caminho para Te seguir exige esforço, sacrifício e abandono de muito do que quero e me apetece. Neste caminho, as recompensas também não são imediatas nem aparecem quando eu acho que devem aparecer. Mas, Jesus, as tuas recompensas vêm sempre e são muito maiores do que as minhas ações. Dá-me, Jesus, em cada dia, a fé e a perseverança para Te seguir como um verdadeiro discípulo. 
(Evangelho Diário 2020)

sexta-feira, 10 de julho de 2020

«Envio-vos como ovelhas para o meio de lobos.»

(Os 14, 2-10; Mt 10, 16-23)

A fé cristã é perseguida em muitos locais do mundo. Na sociedade ocidental e europeia em que vivemos não nos deparamos com uma perseguição violenta que cause morte e sofrimento a todos aqueles que procuram viver a sua fé. Contudo, encontramos outros tipos de perseguição, bem mais subtis e difíceis de combater. 
Tal como nos momentos de perseguição física e violenta, também nesta perseguição subtil, que procura destruir a base de tudo o que somos e construímos, é necessária mesma constância e a mesma astúcia ou melhor dizendo, parafraseando as palavras de Cristo no Evangelho, é fundamental que sejamos "sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas". Isto quer dizer que agora, tal como antes, é fundamental que cuidemos bem a nossa relação com Jesus, reservando um pequeno, mas importante, lugar para Ele no nosso coração, para que Ele tenha a capacidade de nos marcar e animar em todos os momentos. 
Agarrados a Cristo tudo se torna diferente e vivemos a vida com um sentido pleno de esperança… Um sentido que nos impele a assumir o desafio do profeta Oseias, já que de nada serve existir amor divino se não tiver correspondência da parte do ser humano. Oseias recorda a responsabilidade do ser humano em viver o perdão e a fidelidade de Deus, não só para si mesmo de maneira egoísta mas num caminho que se abra ao irmão… 


Para rezar a Palavra Divina… 

Odiados por causa do teu nome. Os nossos pecados, sem dúvida, acrescentam ódio ao ódio. Se fosse só por eles, porém, os cristãos não seriam odiados e perseguidos. Em muitos casos, até seriam louvados. O problema é levarem o teu nome, porque Tu continuas a ser «pedra de tropeço» que se tornou «pedra angular». Concede-me, Senhor, s graça de Te seguir corajosamente, dando testemunho do teu nome e da alegria de ser teu discípulo. 
(Evangelho Diário 2020)

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Sou capaz de levar a paz?

(Os 11, 1-4.8c-9; Mt 10, 7-15) 

Os sentimentos divinos nada têm que ver com os sentimentos humanos. O texto de Oseias faz-nos contemplar uma profunda promessa de amor divino pelo ser humano, porque, apesar dos pecados e das infidelidades do ser humano para com Deus e para com a Sua promessa, o coração divino "estremece de compaixão". O amor de Deus não se parece com a nossa vida, não está escravo de uma vontade, de um tempo ou de um sonho, é contínuo, próximo e constante, sobretudo quando teimosamente é recusado. 
Como é belo sentirmos o amor de Deus e como esse amor se torna exigente na nossa vida de cada dia, não só pela conversão contínua a que obriga, mas também pela exigência de levar esse amor a todos os que nos rodeiam. 
Caminhar na vocação cristã implica aprendermos os sentimentos divinos, de tal forma que os mesmos não fiquem presos ao nosso ego mas nos obrigam a sair de nós. Por isso mesmo, Cristo nos convida a sermos evangelizadores, isto é, a levarmos palavras e gestos de esperança em toda a vida. Pode acontecer, tal como experimentou o próprio Jesus, que não nos aceitem, recusem e ataquem, mas tudo isso, por muito doloroso que seja, não nos pode impedir de levar a paz, construindo o Reino de Deus. 

Para rezar a Palavra Divina: reler o texto de Oseias 11, 1-4.8c-9… 

Eis o que diz o Senhor: «Quando Israel era ainda criança, já Eu o amava; e, para o fazer sair do Egipto, chamei o meu filho. Mas quanto mais Eu os chamava, mais eles se afastavam de Mim. Ofereciam sacrifícios a Baal e queimavam incenso aos ídolos. Contudo, Eu ensinava Efraim a andar e trazia-o nos braços; mas não compreenderam que era Eu quem cuidava deles. Atraía-os com laços humanos, com vínculos de amor. Tratava-os como quem pega um menino ao colo, inclinava-Me para lhes dar de comer. O meu coração agita-se dentro de Mim, estremece de compaixão. Não cederei ao ardor da minha ira, nem voltarei a destruir Efraim. Porque Eu sou Deus e não homem, sou o Santo no meio de ti e não venho para destruir».

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Sinto-me chamado?

(Os 11, 1-4.8c-9; Mt 10, 7-15)

Cristo é recusado pela multidão, questionam os seus milagres, incapazes de reconhecer o bem que faz e questionam se Ele não fará milagres pelo demónio. Depois disso, Cristo, num ato de verdadeiro amor, não vira as costas à multidão, mas, reconhecendo que é como um rebanho sem pastor, continua a oferecer caminhos de salvação. 
Cristo envia os discípulos para que levem esperança a todos os lugares, para que abram os tesouros de esperança a todos os homens e mulheres que necessitem de dela e que estejam predispostos a recebê-la. Neste chamamento é importante que cada discípulo reconheça que é um seguidor de Jesus Cristo (não deve seguir, nem entrar noutro caminhos) e a base da sua vocação encontra-se na Palavra Divina a proclamar. A cada homem e a cada tempo o Senhor se faz presente e se faz dom para auxiliar a vida… Também hoje é importante que saibamos sentir este chamamento para que Cristo seja o nosso pastor… 
Deste modo, torna-se fundamental assumirmos aquilo que diz o profeta Oseias, pois todos os tempos são oportunos para se procurar o Senhor, mesmo os tempos de abundância em tudo parece uma conquista pessoal. Reconhecendo os nossos limites evitamos cair na idolatria do nosso "eu" e lutamos contra um coração corrompido...

Para rezar a Palavra Divina, Salmo Responsorial do dia… 

Refrão: Procurai sempre a face do Senhor. 

Cantai salmos e hinos ao Senhor, 
proclamai todas as suas maravilhas. 
Gloriai-vos no seu santo nome, 
exulte o coração dos que procuram o Senhor. R. 

Considerai o Senhor e o seu poder, 
procurai sempre a sua face. 
Recordai as maravilhas que Ele operou, 
os prodígios e os oráculos da sua boca. R. 

Descendentes de Abraão, seu servo, 
filhos de Jacob, seu eleito, 
Ele é o Senhor, o nosso Deus, 
e as suas sentenças são lei em toda a terra. R. 

terça-feira, 7 de julho de 2020

Desejo ser libertado?

(Os 8, 4-7.11-13; Mt 9, 32-38)

«É pelo príncipe dos demónios que Ele expulsa os demónio.» Cristo faz o bem, desejando o bem e o melhor do ser humano e não é incompreendido, nem aceite. É essencial que demos conta do amor divino, continuamente derramado por todos e por cada um. A compaixão de Jesus vai muito para além da capacidade das multidões para aceitar essa compaixão. 
Costuma-se dizer que a história é repetitiva, algo que encontramos em Oseias é repetido no tempo de Jesus muitos séculos depois: um Deus inflamado por amor, mas ferido pela infidelidade do povo. O mesmo zelo de amor e semelhante infidelidade são vividos por nós hoje!
A consciência das nossas infidelidades abre-nos à necessidade de nos deixarmos transformar continuamente, reconhecendo como é importante sermos ovelhas que seguem o Seu pastor, num caminho de total libertação. O caminho é longo, o campo/messe é enorme, mas sempre o Senhor quer que nós o reconheçamos e sejamos sinal de esperança para todo o mundo. 

Para rezar a Palavra Divina... 

Senhor, ao ler o teu Evangelho sinto-me tocado pelos gestos de amor e de compaixão que manifestas junto dos que sofrem ou dos que são excluídos da sociedade. Sinto-me interpelado pelas tuas palavras que me desafiam a colocar-me ao serviço do teu Reino. Hoje, recordas-me que ainda há muito para fazer! Que muitas pessoas não Te conhecem ou têm uma imagem errada de Ti. Com a consciência de que muitos apenas conhecerão o Evangelho pelo exemplo da minha vida, peço-Te a graça de Te fazer chegar a muitas vidas. 
(Evangelho Diário 2020)

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Quando perco a esperança?

(Os 2, 16.17b-18.21-22; Mt 18-26)

A vida é marcada por momentos de grande dor e de grande dificuldade, momentos atrozes que nos vão matando aos poucos... O Evangelho apresenta dois milagres espantosos, marcados por forte dor (a perda de uma filha e uma vida de constante sofrimento causado por um doença sem cura) de duas pessoas que não sabem o que fazer ao deparar-se com a sua vida plenamente destruída... 
Quando parece que está tudo perdido, que não há mais nada a fazer, surge a esperança. Para quem não tem nada a perder, Cristo surge como uma ténue luz de esperança, uma possibilidade quase nula (vemos este extremo na frase com que ambos se aproximam de Jesus), mas é aí que tudo muda e tudo se transforma. Mais do que os milagres, somos chamados a meditar sobre a nossa maneira de olhar para Jesus, compreendendo que Ele não pode, nem deve, ser o recurso para alguns momentos extremos mas um companheiro para todos os momentos, de modo que nos ofereça um toque curador e um apertar de mãos que nos permite erguer e fazer caminho... 
Tudo isto é um caminho para que a nossa fé no devolva a esperança em todos os momentos, porque o Senhor, como encontramos no texto de Oseias, reconhece as nossas infidelidades mas perdoa, oferecendo novas oportunidades. Oportunidades essas que se baseiam num amor sem limites e que dá vida... 

Para rezar a Palavra Divina... 

Jesus diz-me: a fé cura, a fé salva. Acredito, Senhor, que desejas sarar as minhas enfermidades espirituais. Recorro a Ti, nas minhas necessidades. Quero tocar-Te, confiando no teu amor. Para isso, vou sair de mim mesmo e buscar o contacto contigo no encontro fraterno com os meus irmãos que necessitam de mim. Ajuda-me a reconhecer a tua pessoa por detrás do rosto sofredor do meu próximo. Aumenta a minha fé!
(Evangelho Diário 2020) 

domingo, 5 de julho de 2020

14º Domingo do Tempo Comum - Rezar o Domingo

O que é necessitamos para entrar no Reino de Deus? Como é que preparamos o nosso coração para escutar as palavras que Jesus nos dirige nos mais variados momentos da nossa vida? Muitos são os caminhos para Deus mas em todos eles existe um elo comum, para Deus não existem ricos nem inteligentes, existem filhos pequeninos que necessitam de ser amados para se libertarem de tudo o que os oprime… 

Para preparar a leitura da Palavra Divina… 

Abbá, ó Pai, eu te bendigo no enlevo de Jesus, o Filho amado, 
porque me acolhes no berço da mansidão de Jesus, 
porque me alimentas com o leite da humildade de Jesus, 
porque me educas na escola da cruz de Jesus. 
Remodela o meu coração, viciado pelo orgulho, 
derrama nos meus olhos o colírio da simplicidade, 
para que, assim, me possa abrir à tua revelação criadora, 
e saborear, no meio de tantas lutas, o repouso dos que a Ti se confiam. 
(Sementes de Evangelho, Leitura Orante do Evangelho Ano A, SNL)

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus 
Naquele tempo, Jesus exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado. Tudo Me foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve». 

Para rezar a Palavra Divina… 

Jesus, por vezes, sinto-me cansado de tentar ser sempre fiel aos compromissos que resultam de ser cristão. Oprime-me, tantas vezes, a consciência de ter falhado! Recorro a Ti, que me prometes apaziguar o meu coração, mostrando-me o teu, que é manso e humilde, misericordioso e cheio de bondade. Sê o meu Mestre da serenidade, fruto da confiança no amor sem limites de Deus Pai por cada um dos seus filhos. 
(Evangelho Diário 2020)

Com a humildade de reconhecermos as nossas falhas, assumamo-nos como pequeninos, como necessitados do amor divino que nos abre ao mistério e aos irmãos, peregrinos como nós. Pois o mundo em que vivemos, cheio de ricos e inteligentes, apenas pode ser transformado a partir da humildade e da misericórdia...
(Pai Nosso, Avé Maria, Glória)

sábado, 4 de julho de 2020

05/07/2020 - Avisos Paroquiais

Caparrosa 

Quinta-Feira, 09  → 19:30h – Eucaristia em Souto Bom

Sexta-Feira, 10 → 20:30h – Eucaristia na Igreja Paroquial

Sábado, 11 → 20:00h - Eucaristia Vespertina em Paranho de Besteiros

Domingo, 12 → 9:30h - Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial

                        15:00h – Eucaristia em Caparrosinha 

Observações: 


Silvares 

Terça-Feira, 07 →  19:30h – Eucaristia em Silvares

Domingo, 12 →  8:30h – Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial 

Observações: 


Vilar 

Quarta-Feira, 08 → 19:30h – Eucaristia na capela da Sra do Rosário (Aldeia de Vilar)

Sábado,  11 → 19:00h – Eucaristia Vespertina na Igreja Paroquial

Domingo, 12 → 11:30h – Eucaristia Dominical na Igreja Paroquial

Observações:


Mosteiro

Sexta-Feira, 10 → 19:00h – Eucaristia na Igreja Paroquial

Domingo, 12 → 10:30h – Eucaristia Dominical no Sr dos Aflitos 

Observações:


14º Domingo do Tempo Comum A

14º Domingo do Tempo Comum A

O ser humano necessita de reconhecer a realidade da sua vida para se abrir verdadeiramente a Deus e aos outros.  A grande questão coloca-se na nossa capacidade de descermos do nosso pedestal fictício para que Deus se manifeste e transforme o nosso coração. A humildade assume-se como uma virtude fundamental para que o caminho realizado seja verdadeiramente genuíno, construído sem grandezas, mas tendo em conta aquilo que realmente nos transforma e dá vida. Só assim poderemos descansar, isto é, poderemos encontrar força e consolação no meio das contrariedades da vida.

1 – A única forma que temos de ocultar Deus na nossa vida encontra-se na vontade de vivermos distanciados Dele, com uma vida que não seja capaz de O receber, de manter a capacidade de escuta e de contemplação. Por isso é tão importante o descanso, não só o descanso físico mas também a capacidade de pararmos na correria da vida para que sejamos mais atentos aos pequenos pormenores e situações que modificam a nossa vida.

2 – O grande perigo é que nos sintamos ricos, não do ponto de vista daquilo que possuímos, mas a riqueza de nos considerarmos autossuficientes, saciados plenamente. Por isso é que Cristo é reconhecido pelos pequenos e famintos, por aqueles que sentem necessidade da presença de Deus. Pequenos, no sentido que nos quer falar Jesus Cristo, são os pecadores, os desiludidos com a vida, mas que reconhecem a necessidade do amor divino, alimento e força constante para a vida.

3 – Diante de Deus não há riquezas, nem sabedorias, nem inteligências… Simplesmente existem filhos que caminham no meio das adversidades e das suas fragilidades, ao fazermos este caminho é importante acreditarmos nas palavras de Jesus para que aderamos à Sua Pessoa. Viver o jugo de Cristo não significa estarmos presos, como se de algo pesado se tratasse, mas encontrarmos uma relação, um laço, um encontro em todos os momentos sejam eles bons ou maus…

4 – Cristo convida-nos a amarmos e a sermos amados… Qual é o nosso ideal de fé? Qual é o Deus em que acreditamos? Construímos uma Igreja e uma comunidade que se alimenta e fortalece a partir da caridade e da solidariedade? Ser pequenos é reconhecermos que Deus quer que sejamos Dele, que Nele nos fortaleçamos e com Ele sejamos construtores de um mundo novo, renovado e fraterno. Acreditar em Jesus Cristo não nos facilita a vida, não modera a dor que sempre nos enche o coração, mas oferece-nos a segurança de não estarmos sozinhos, tornando a dureza do caminho uma oportunidade de superação…

Sábado, 13ª Semana do Tempo Comum

II. Eucaristia e sacramento da Reconciliação

Sua ligação intrínseca

20. Os padres sinodais afirmaram, justamente, que o amor à Eucaristia leva a apreciar cada vez mais também o sacramento da Reconciliação. Por causa da ligação entre ambos os sacramentos, uma catequese autêntica acerca do sentido da Eucaristia não pode ser separada da proposta dum caminho penitencial (1 Cor 11, 27-29). Constatamos — é certo — que, no nosso tempo, os fiéis se encontram imersos numa cultura que tende a cancelar o sentido do pecado, favorecendo um estado de espírito superficial que leva a esquecer a necessidade de estar na graça de Deus para se aproximar dignamente da comunhão sacramental. Na realidade, a perda da consciência do pecado engloba sempre também uma certa superficialidade na compreensão do próprio amor de Deus. É muito útil para os fiéis recordar-lhes os elementos que, no rito da Santa Missa, explicitam a consciência do próprio pecado e, simultaneamente, da misericórdia de Deus. Além disso, a relação entre a Eucaristia e a Reconciliação recorda-nos que o pecado nunca é uma realidade exclusivamente individual, mas inclui sempre também uma ferida no seio da comunhão eclesial, na qual nos encontramos inseridos pelo Baptismo. Por isso, como diziam os Padres da Igreja, a Reconciliação é um baptismo laborioso (laboriosus quidam baptismus), sublinhando assim que o resultado do caminho de conversão é também o restabelecimento da plena comunhão eclesial, que se exprime no abeirar-se novamente da Eucaristia.

(Sacramento da Caridade, Exortação pós-Sinodal do Papa Bento XVI)


Para rezar a Palavra Divina (Mt 9, 14-17)… 

Ao ler este texto, não consigo deixar de sentir que posso recomeçar. Posso recomeçar, fazer de novo. Posso corrigir o que fiz de errado, posso consertar os passos mal dados, pedir desculpa e compensar pelos erros. Posso recomeçar e redescobrir a minha fé. Olhar para o que me rodeia e descobrir novas sensações e definir novas intenções. Que sensação de esperança tão boa sinto no meu coração. Obrigado!
(Evangelho Diário 2020)

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Podemos viver com a nossa incredulidade?

(Ef 2, 19-22; Jo 20, 24-29)

Tomé era um dos discípulos mais intervenientes, daqueles que mais respondia e tomava posição diante de Cristo. Porém, não estava presente no momento em que Cristo se apresentou aos discípulos após a Ressurreição, daí surge a sua incredulidade, mas também a sua caminhada de fé e descoberta que desemboca na afirmação: "Meu Senhor e meu Deus". 
Este é um dia para convivermos com a nossa incredulidade, reconhecendo como é difícil descortinarmos a presença de Deus na nossa vida e de como é importante termos a ajuda da comunidade nesta descoberta e no testemunho diante do mundo de que Cristo Ressuscitou. 
Por isso, a Epístola aos Efésios nos convida fazermos um caminho de construção contínua de Igreja, uma construção que tem a sua base no testemunho dos apóstolos, porque é em conjunto, numa comunidade com virtudes e defeitos, que cada pode viver a presença do Senhor e tornar-se morada de Deus. 
Tomé é imagem de todo e qualquer cristão que sonha viver com certezas, procurando ter respostas para tudo. Mas em muita coisa, em tudo aquilo que é misterioso, algo que não se restringe às realidades de fé, existe sempre a dúvida e o incerto. Fazer caminhada de crente é proclamar que Jesus é o Senhor em cada dia, em cada momento, caminhando numa noite que se desvanece com a luz brilhante do Sol que é Jesus Ressuscitado… 

Para rezar a Palavra Divina… 

Quantas vezes também me sinto a vacilar, tenho dúvidas e acredito apenas nos que vejo. Dá-me, Senhor, luz para ver o teu amor e não duvidar que és a minha fonte de vida. Quero louvar-Te em cada dia e pedir a tua misericórdia para os meus momentos de fraqueza, pois é em Ti que quero encontrar a alegria de existir. 
(Evangelho Diário 2020)

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Cumprir é suficiente ou é necessário mais?

(Am 7, 10-17; Mt 9, 1-8)

O ativismo do mundo contemporâneo provocou o hábito de aplicar o verbo cumprir com um sentido negativo, como se fosse o básico, pois aquilo que se exige de cada um é sempre o extremo. No entanto, muitas são as situações em que, ao cumprir-se a missão, está a realizar-se uma obra excelência, adquirindo níveis que podem atingir a quase perfeição. Como seria bom que todos os cristãos fossem capazes de cumprir a sua missão todos os dias!
Amós cumpre a sua missão de profeta, mas isso implica ser perseguido e colocado em vergonha. Ao invés de desistir mantém-se na fidelidade ao seu chamamento, porque, em última instância, essa é a vontade de Deus. Cristo cumpre a sua missão, mesmo sem ser compreendido e perante o Seu desejo de fazer bem àquele homem é mal interpretado e interrogado. 
Cumprir a missão de fazer coisas boas é uma tarefa complicada, vai para além da ação banal e é uma tarefa cheia de problemas e desafios… Cumprir a missão implica agarrarmo-nos a Cristo, descobrindo Aquele que tem o poder de perdoar os pecados e de transformar a vida dos que desejam ser Seus discípulos, pois sempre nos diz o Senhor: "Filho, tem confiança; os teus pecados estão perdoados".

Para rezar a Palavra Divina... 

Quero confiar, Senhor, nas tuas palavras e nos teus gestos de perdão. Sei que te diriges a mim e que não olhas ao meu pecado. Sei que me queres levantado, de pé, de cabeça erguida na dignidade de filho e não de rastos como um escravo. Sei que pouco te importa os caminhos por onde andei, as palavras que deixei escapar, os sentimentos que nutri, os afetos que esbanjei, o tempo perdido. Sei que me olhas nos olhos e no teu olhar me restauras totalmente na verdade que tens para mim, no amor que me dedicas e na salvação que me ofereces. 
(Leitura Orante da Palavra, Lectio Divina Ferial, SNL)

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Tenho medo Dele?

(Am 5, 14-15.21-24; Mt 8, 28-34)

O que é que significa ter medo? Quais as implicações da pessoa de Cristo na minha vida que me obrigam a olhar para tudo com outros olhos? Cristo faz o bem mas não consegue desbloquear o coração dos gadarenos e acaba afastado da cidade e dos seus corações... No caminho cristão também se perde a noção do lugar de Cristo e aumenta o medo do desconhecido, mas sempre e em todos os momentos Cristo se faz presente. 
A vida do ser humano torna-se, na maior parte das vezes, uma incógnita, porque nem sempre o bem é entendido como bem e o mal é entendido como mal. Cristo entra dentro de uma terra de pagãos e faz o bem, exerce a Sua missão de Messias libertador devolvendo a liberdade àqueles homens, expulsando o demónios, mas daí surge uma resposta inaudita, a população pede a Jesus que se afaste da cidade. 
Contudo, esta dificuldade em ser compreendido torna-se um estímulo acrescido a que não se caia no laxismo, pois é necessário 'buscar o bem e não o mal, para que vivamos'. Este é o grito do profeta Amós, para que o povo (entendamo-nos como povo de Israel a fazer o seu caminho hoje e a viver as suas assembleias orantes) ame e crie justiça à sua volta, uma justiça capaz de mudar toda a vida... 

 
Para rezar a Palavra Divina... 

Senhor, vens à minha vida. À minha realidade . Tal como ela é. Mas, quantas vezes, Senhor, peço que saias dela. No mais íntimo de mim, não quero isso. Desejo permanecer em Ti. Ajuda-me, Senhor, a reescrever contigo a minha história, deixando-me ser um texto da escritura que Tu escreves. Sabendo que nada poderei viver sozinho. Sem, Senhor!
(Evangelho Diário 2020)