32º Domingo do Tempo Comum B
O ser humano vive de esperança, quando se acaba a esperança apenas vem ao de cima as palavras da Viúva de Sarepta: “Depois comeremos e esperaremos a morte”. A fonte de toda nossa esperança é o Senhor e no exemplo de duas simples viúvas encontramos a verdadeira eloquência da fé. Somente na escuta atenta da Palavra de Deus se pode fazer uma caminhada de fé que possibilite a descoberta da esperança.
1 - Deus desafia as certezas humanas, falando onde menos se espera. Na fragilidade e na vulnerabilidade do ser humano encontra-se a pureza da fé como vida em Deus e para Deus. Deste modo, somos convidados a fazer uma reflexão profunda sobre como a hipocrisia das nossas ações ou das nossas ofertas faz definhar a justiça, produzindo a exploração do outro.
2 - O crente não pode instrumentalizar a fé. A fé deve ser fonte de renovação e de encontro com o outro e com o mundo. A vida espiritual não é uma busca de bem-estar interior ou de emoções favoráveis, mas a busca de comunhão que possibilite a construção de uma sociedade mais humana, digna e justa.
3 - A confiança autêntica brota da totalidade da pessoa e de uma escuta da Palavra de Deus. A simplicidade de duas mulheres conduz-nos à perceção de que o valor das ações não depende delas mesmas, mas do amor que se coloca nelas. Na verdade, amar e servir de uma maneira plena e radical supera todos os anúncios ou discursos sobre Deus e sobre as Palavras de Jesus.
4 - Perante duas mulheres, somos interpelados a atualizar na nossa vida as palavras da Epístola aos Hebreus. Cristo oferece-se porque ama e sente-se amado pelo Pai. A oferta é sempre uma oferta de amor e por isso é importante que se reflita sobre o modo como nos sentimos amados. E só nessa relação entre amar e ser amado se percebe que a nossa referência deve ser o olhar de Deus e não o olhar dos homens.
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