29º Domingo do Tempo Comum B
O ser humano é frágil, pecador e vive na dificuldade em se abrir ao essencial. Esta visão negativa do ser humano não pode influenciar o caminho cristão, de modo a se assumir uma perspetiva de peregrinação rumo à santidade. Se é verdade que o ser humano é frágil, também é verdade que é chamado à santidade.
1 - Os filhos de Zebedeu deixam-se conduzir pelas suas debilidades humanas e propõem-se àquilo que não percebem, nem imaginam. A vida de fé não é um comércio, mas um processo de encontro com Deus e com o outro. Não podemos pedir ao Senhor cargos ou lugares, porque só poderemos pedir um caminho de conversão genuíno e verdadeiro. O ser humano deseja glória e reconhecimento, mas é preciso escolher um caminho que conduza à verdade e esse caminho é o serviço e da gratuidade.
2 - O valor de uma pessoa não se mede pelo que tem ou pelo seu protagonismo. Em Jesus, tal como convida a Epístola aos Hebreus, é necessário descobrir um sacerdote misericordioso. Os discípulos, apesar de não compreenderem Jesus e as suas palavras, são chamados a construir uma comunidade de “servos”, na qual o verdadeiro poder seja o amor, pois não se pode viver sem compaixão.
3 - A verdadeira religião é aquela em que não se vive a ousadia de manipular Deus, mas um caminho de transformação. Seguir a Cristo é viver com Ele, caminhar com Ele e tentar ser como Ele, renovando constantemente a realidade da Paixão. Hoje e sempre, os cristãos são chamados a viverem uma lógica que contrarie o perigo do imediatismo ou do poder, buscando alternativas aos esquemas mundanos e vivendo em constante conversão.
4 - Algumas palavras que convidam a perceber o Evangelho: «Tornar-se “pequenos”, para Teresa, significa ter a coragem e a humildade de enfrentar a realidade da própria vida e, com confiança audaz e infantil, abandonar o seu falso orgulho e todas as outras culpas e fracassos a Deus Pai. Significa, nas suas palavras, “uma disposição do coração que nos torna humildes e pequenos nos braços de Deus, conscientes da nossa fraqueza e confiantes até à audácia na sua bondade de Pai”.»(Paul B. Murray, op, Orar com Santos e Pecadores)
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