28º Domingo do Tempo Comum B
O que nos move? Um homem aproxima-se de Jesus com um bom desejo, mas tudo se destrói ao notar a sua falta de disponibilidade para a radicalidade. Seguir a Cristo implica ir para além dos desejos e abrir-se a uma abnegação em prol do outro e do mundo. Na verdade, muitas são as vezes em que se valoriza tudo, menos o que oferece sentido e vida nova.
1 - O nosso coração deve ser colocado naquilo que ultrapassa o momento presente e os desejos egoístas. Diz o livro da Sabedoria que a maior de todas as riquezas é colocar o Senhor na vida e perceber que as riquezas são perecíveis. Deste modo, é essencial que o crente se coloque diante da Palavra de Deus com verdade, na busca de um caminho de conversão e de abertura ao Senhor.
2 - O que faço para alcançar a vida eterna? Esta é uma pergunta fundamental na vida do crente, porque a vida eterna não é uma realidade do futuro, faz parte do presente e influencia as opções pessoais e comunitárias em cada momento. O homem cumpria os mandamentos, mas não vivia a busca de uma experiência de novidade nas relações. Não basta que exista um conhecimento de fé ou um cumprimento dos rituais, já que tudo deve ser pautado de atitudes como o desprendimento e o seguimento.
3 - Cristo interpela para a necessidade de se viver com confiança na providência, ousando a desinstalação e a desvinculação rumo ao amor. À imagem do jovem rico, pode assumir-se a vida de fé como algo negativo ou pesado (ex. o que tenho de fazer) e não naquela perspetiva positiva e renovadora de Jesus.
4 - O olhar deve ser orientado para Deus, fonte de todo o Bem, procurando seguir a Jesus no amor ao próximo. Cristo convida-nos a redescobrir a verdadeira pobreza evangélica, aberta ao outro, amável e transformador do mundo, porque para amar é necessário dar, libertando-se do egoísmo humano.
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