23º Domingo do Tempo Comum B
Os milagres de Jesus são mais do atos fantásticos, transformam-se em caminhos de transformação para o ser humano. A cura de um surdo mudo assume-se como um verdadeiro caminho de transformação e de abertura do coração do ser humano a Deus e a Cristo. Quantos cristãos são verdadeiros surdos mudos na sua relação com Cristo, isto é, incapazes de O escutar e de O transmitir.
1 - O Senhor oferece uma hora de esperança à humanidade e as dificuldades são superadas na Sua companhia. O profeta Isaías oferece um convite à paciência e à espera. O Senhor não é dominado pela vontade do ser humano ou pelas perspectivas deste. Para Deus não existem caminhos sem saída, pois a possibilidade de mudança é uma constante.
2 - O crente é chamado a viver a partir da fé, isto é, escutar, ver e falar a partir daquilo em que se crê. O grande milagre não está em ver um homem escutar e falar, pois o grande milagre está em perceber que o Senhor é a força e a esperança do ser humano. O grande milagre realiza-se quando o ser humano se coloca nas mãos de Jesus e vive com Ele todos os momentos.
3 - Por isso São Tiago interpela os cristãos a contemplarem os critérios de Deus para que eles sirvam de inspiração para as atitudes de cada dia. A fé deve ser viva no coração de cada pessoa e isso só será possível quando se vive no serviço e numa perspetiva que vai em sentido contrário ao mundo e aos seus desejos. A Palavra de Deus ao ser escutada deve ser guardada num coração que não seja espinhoso ou superficial.
4 - Cristo toca um mudo e tudo se transforma; cada cristão só será transformado na medida em que se deixa tocar por Cristo. Nele tudo ganha uma nova vida e um novo sentido e o olhar para com o outro deveria ser semelhante ao olhar de Deus, misericordioso, paciente e compassivo. Se é verdade que a fé se inicia na escuta (“fides ex auditu”), realiza-se na vida e nas atitudes de cada um para o outro e para com o mundo.
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